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Faixa critica uso político da religião
DO ENVIADO AO RIO
Embora descreva músicas de
temática social e política como
uma forma de marketing, Lulu
Santos também pratica sua fatia
de "protesto" em "Bugalu".
Exemplo é "Rito Pagão", em
que provoca: "Chega de chamar o
santo/ pára de rezar em vão/ diminui no populismo/ e na manipulação". "A vida é um rito pagão/ a assembléia reunida queira
ou não", proclama o refrão.
"A mistura de fundamentalismo e política é, para mim, o pior
cenário do que pode vir a acontecer no Brasil no futuro. Essa multidão de desvalidos e tristes rezando em templos, com o casal governamental à frente, faz um cenário muito feio", diz o cantor,
sem deixar claro a qual "casal governamental" se refere.
Outra faixa, "Raiô" ("Aqui no
céu do Brasil/ já raiô/ o sol da claridade"), foi, segundo ele, composta em 89, quando Lula ameaçou chegar à Presidência pela primeira vez. Volta agora, de "segunda época", como ele diz.
São provocativas ainda "Delete"
("Essa é limpeza interna de arquivo") e "Chega de Dogma", que fecha o disco em pique de música
eletrônica, repetindo a frase que
forma o título da faixa.
"Estou pensando nos dogmas
artísticos mesmo, do rock. Começou do comentário que fizeram
sobre um riff de guitarra meu, que
era "muito black-black". Isso é fascismo. Chega de fundamentalismo", diz, sem entregar os desafetos.
(PAS)
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