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São Paulo, quarta-feira, 25 de junho de 2003

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Faixa critica uso político da religião

DO ENVIADO AO RIO

Embora descreva músicas de temática social e política como uma forma de marketing, Lulu Santos também pratica sua fatia de "protesto" em "Bugalu".
Exemplo é "Rito Pagão", em que provoca: "Chega de chamar o santo/ pára de rezar em vão/ diminui no populismo/ e na manipulação". "A vida é um rito pagão/ a assembléia reunida queira ou não", proclama o refrão.
"A mistura de fundamentalismo e política é, para mim, o pior cenário do que pode vir a acontecer no Brasil no futuro. Essa multidão de desvalidos e tristes rezando em templos, com o casal governamental à frente, faz um cenário muito feio", diz o cantor, sem deixar claro a qual "casal governamental" se refere.
Outra faixa, "Raiô" ("Aqui no céu do Brasil/ já raiô/ o sol da claridade"), foi, segundo ele, composta em 89, quando Lula ameaçou chegar à Presidência pela primeira vez. Volta agora, de "segunda época", como ele diz.
São provocativas ainda "Delete" ("Essa é limpeza interna de arquivo") e "Chega de Dogma", que fecha o disco em pique de música eletrônica, repetindo a frase que forma o título da faixa.
"Estou pensando nos dogmas artísticos mesmo, do rock. Começou do comentário que fizeram sobre um riff de guitarra meu, que era "muito black-black". Isso é fascismo. Chega de fundamentalismo", diz, sem entregar os desafetos. (PAS)


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