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OUTRA FREQUÊNCIA
Campanha contra baixaria vai "enquadrar" o rádio
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A campanha Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania, da Câmara dos Deputados, além de avaliar o conteúdo
das TVs, passará a analisar também as programações das rádios.
A Comissão de Direitos Humanos fez ranking com os piores
programas de televisão, a partir
de denúncias de telespectadores.
A intenção é pressionar emissoras
a atenuar o que classifica de "baixaria" e, em última instância, convencer anunciantes a não investir
nas atrações "enquadradas".
Em 2004, o debate atingirá a
qualidade da programação das
AMs e FMs, segundo o deputado
Orlando Fantazzini (PT-SP).
"Estamos esperando que a campanha solidifique a questão da televisão para iniciar o debate sobre
rádio no início do ano que vem",
afirma o parlamentar, coordenador da iniciativa.
Para ele, o grande problema do
dial são "os programas que banalizam a violência". O já tradicional
estilo policial de Gil Gomes, por
exemplo, não seria adequado.
O sociólogo Laurindo Lalo Leal,
membro do Conselho de Acompanhamento da Programação de
Rádio e TV, afirma que, além da
programação, há outros aspectos
que deverão entrar em debate na
campanha da baixaria. "É preciso
discutir o uso da concessão, a sublocação de emissoras e a proliferação de rádios evangélicas. São
pontos que podem explicar a falta
de pluralidade cultural do rádio e
o desrespeito ao ouvinte."
De acordo com ele, a campanha
também deverá abordar a questão do jabá (execução de música
mediante pagamento). "Isso acaba padronizando as rádios. Deveria haver algum mecanismo regulador capaz de oferecer ao público
programações alternativas", diz.
Blogs de rádio têm criticado o
acordo entre a Globo e 300 rádios
comunitárias, que levarão ao ar o
áudio de "Zorra Total", "Casseta
& Planeta" , "A Grande Família",
"Os Normais", "Vídeo Show",
"Xuxa no Mundo da Imaginação"
e "Sítio do Picapau Amarelo".
As reclamações dos críticos são
duas, basicamente: 1) não há como entender boa parte dos programas sem a imagem; 2) rádios
comunitárias têm de fazer uma
programação com foco nas questões locais. A Globo diz que a intenção é atender moradores de regiões de baixa renda que não têm
televisores, além de tornar disponíveis os programas em horários
alternativos aos da TV.
A Jovem Pan (que disse no ar que
"pesquisa não existe" e "pesquisa
de rádio não existe") publicou ontem uma anúncio em jornais com
uma pesquisa do instituto Marplan para valorizar seu "Jornal da
Manhã". E usou dados de 2002.
laura@folhasp.com.br
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