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São Paulo, quarta-feira, 25 de junho de 2003

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OUTRA FREQUÊNCIA

Campanha contra baixaria vai "enquadrar" o rádio

LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A campanha Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania, da Câmara dos Deputados, além de avaliar o conteúdo das TVs, passará a analisar também as programações das rádios.
A Comissão de Direitos Humanos fez ranking com os piores programas de televisão, a partir de denúncias de telespectadores. A intenção é pressionar emissoras a atenuar o que classifica de "baixaria" e, em última instância, convencer anunciantes a não investir nas atrações "enquadradas".
Em 2004, o debate atingirá a qualidade da programação das AMs e FMs, segundo o deputado Orlando Fantazzini (PT-SP).
"Estamos esperando que a campanha solidifique a questão da televisão para iniciar o debate sobre rádio no início do ano que vem", afirma o parlamentar, coordenador da iniciativa.
Para ele, o grande problema do dial são "os programas que banalizam a violência". O já tradicional estilo policial de Gil Gomes, por exemplo, não seria adequado.
O sociólogo Laurindo Lalo Leal, membro do Conselho de Acompanhamento da Programação de Rádio e TV, afirma que, além da programação, há outros aspectos que deverão entrar em debate na campanha da baixaria. "É preciso discutir o uso da concessão, a sublocação de emissoras e a proliferação de rádios evangélicas. São pontos que podem explicar a falta de pluralidade cultural do rádio e o desrespeito ao ouvinte."
De acordo com ele, a campanha também deverá abordar a questão do jabá (execução de música mediante pagamento). "Isso acaba padronizando as rádios. Deveria haver algum mecanismo regulador capaz de oferecer ao público programações alternativas", diz.
 
Blogs de rádio têm criticado o acordo entre a Globo e 300 rádios comunitárias, que levarão ao ar o áudio de "Zorra Total", "Casseta & Planeta" , "A Grande Família", "Os Normais", "Vídeo Show", "Xuxa no Mundo da Imaginação" e "Sítio do Picapau Amarelo".
As reclamações dos críticos são duas, basicamente: 1) não há como entender boa parte dos programas sem a imagem; 2) rádios comunitárias têm de fazer uma programação com foco nas questões locais. A Globo diz que a intenção é atender moradores de regiões de baixa renda que não têm televisores, além de tornar disponíveis os programas em horários alternativos aos da TV.
 
A Jovem Pan (que disse no ar que "pesquisa não existe" e "pesquisa de rádio não existe") publicou ontem uma anúncio em jornais com uma pesquisa do instituto Marplan para valorizar seu "Jornal da Manhã". E usou dados de 2002.

laura@folhasp.com.br


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