São Paulo, quarta-feira, 25 de junho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Documentário

Mineiras contam história de libertação

DA REPORTAGEM LOCAL

O documentário "Noivas do Cordeiro", de Alfredo Alves, não tem a ambição do distanciamento. A narração é feita na primeira pessoa do plural pela escritora Lya Luft, como se as "noivas" contassem sua própria história; e, quando se fala do preconceito que sofriam até pouco tempo atrás por habitantes do município mineiro de Belo Vale, não há ninguém que assuma o papel de vilão.
É difícil mesmo. A história começa nos idos de 1890, quando Maria Senhorinha de Lima largou um casamento infeliz para viver com o solteiro Chico Fernandes. A Igreja Católica excomungou o casal, que gerou e criou sua enorme família no povoado que, nos anos 40, ganharia o nome de Cordeiro.
O batismo veio em função da Igreja Evangélica Noiva de Cordeiro, criada pelo rígido pastor Anísio Pereira.
Nos anos 80, as mulheres começaram a se libertar desses grilhões e da fama de prostitutas -legado do caso Senhorinha e pelo fato de seus namorados e maridos trabalharem em Belo Horizonte.
Acabaram com as obrigações religiosas, organizaram sua agricultura de subsistência, trouxeram a informática para a região e criaram uma fábrica de roupas e tapetes, entre outras conquistas.
Pode não ser tão idílico quanto mostra o filme, mas é uma bela história.


NOIVAS DO CORDEIRO
Quando:
amanhã, às 21h; livre
Onde: no GNT


Texto Anterior: Festivais em SP
Próximo Texto: Crítica: "Assim Estava..." faz retrato ácido de Hollywood
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.