INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

"Bellini e a Esfinge" (Canal Brasil, 2h40, 14 anos) ilustra bem esta categoria de filmes brasileiros: os que não querem parecer brasileiros.
Será que isso vem do romance original de Tony Bellotto? Pode ser. Mas romances não têm imagem, a gente imagina o que quiser. "Bellini" quer ser um filme de detetive à americana. Ilumina as ruas para isso. Glamuriza os personagens mais ou menos a cada passo.
De maneira que o mistério, se é que havia, sucumbe sob o charme do detetive Fábio Assumpção, da prostituta Malu Mader etc.
Eis um filme que, à força de tentar parecer outra coisa, demonstra vícios de boa parte do cinema brasileiro, da tendência à dispersão à ânsia de querer ser o que não é.


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