Desde a crise de 2008, quando o clima de incerteza econômica diminuiu os lucros dos grandes grupos de moda, tops dos anos 90 (que eram chamadas de supermodelos) voltaram às passarelas, campanhas e editoriais.
Com corpos e rostos mais próximos da realidade das consumidoras, as tops maduras ajudaram a alavancar as vendas e casaram perfeitamente com o revival dos anos 90 nos guarda-roupas -das lingeries aparentes ao minimalismo esportivo.
Nos últimos anos, Claudia Schiffer, 39, Linda Evangelista, 45, Cindy Crawford, 44, Eva Herzigova, 37, Naomi Campbell, 40, e Christy Turlington, 41, estrelaram comerciais das grifes Prada, Chanel e Dolce & Gabbana.
Na última São Paulo Fashion Week, que rolou neste mês, as tops maduras roubaram a cena das novatas.
Uma das estrelas da temporada foi a gaúcha Shirley Mallmann, 33. Descoberta em uma fábrica de calçados, foi a primeira brasileira a ganhar status de supermodelo antes de Gisele Bündchen.

PERSONALIDADE
"As marcas não querem errar. Hoje, um rosto conhecido vale mais do que um jovem", diz Mallmann, que desfilou vestida de homem para Alexandre Herchcovitch, além de para as grifes Colcci e Adriana Degreas.
Também escalada para o desfile de Degreas, a tcheca Eva Herzigova disse à Folha que está mais segura para desfilar atualmente e defendeu sua geração de tops.
"Nos anos 90, a moda tinha rosto, não corpos sem personalidade. As meninas jovens viraram objetos", diz a top, capa da edição de junho da "Vogue" italiana.
Uma das 20 tops-ícones do site Models.com, Eva reencontrou, em 2009, as amigas Naomi Campbell e Claudia Schiffer. As três gravaram um comercial para a grife Dolce & Gabbana, ao som do hit fashion "Freedom "90".
Saudosista, a top diz que, antes, tudo era mais divertido. "As modelos eram uma gangue. Linda [Evangelista] e eu trocávamos segredos de beleza, pois às vezes não havia maquiadores. Aprendemos umas com as outras."


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