São Paulo, quinta, 25 de junho de 1998

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Greenaway chega ao país em filme, ópera e obra de arte

Divulgação
O pintor e cineasta inglês Peter Greenaway



Por quase três meses, megaevento mostra em São Paulo e no Rio o lado menos conhecido do cineasta


CRISTINA GRILLO
da Sucursal do Rio

Serão quase três meses dedicados a Peter Greenaway. A partir da próxima quarta-feira, a obra do cineasta britânico ocupa o CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil, no centro do Rio) e, duas semanas depois, o Sesc Vila Mariana (em São Paulo).
O evento "100 Objetos - Peter Greenaway" vai mostrar não só a produção cinematográfica do diretor, mas também aspectos pouco conhecidos pelo público brasileiro.
O Greenaway artista plástico será representado por quase 300 trabalhos no Rio e em São Paulo. São quadros, colagens sobre papel, desenhos e estudos feitos para seus filmes.
Já o Greenaway encenador surge com a apresentação, no início de agosto, nas duas cidades, da ópera "100 Objetos para Representar o Mundo".
"O interessante do evento é ser uma grande pesquisa sobre Greenaway, um trabalho feito em profundidade", explica Marcello Dantas, organizador de "100 Objetos - Peter Greenaway".
Dantas prepara o projeto há quase dois anos. A idéia inicial era fazer no Brasil uma grande intervenção artística, nos moldes da realizada pelo diretor em 1992, ao apresentar o projeto "100 Objetos para Representar o Mundo", em Viena.
Na capital austríaca, Greenaway montou uma grande exposição, dividida em dois palácios, a partir de sua lista dos cem objetos mais representativos da história da humanidade.
Era uma resposta ao projeto da Nasa, que em 1977 mandou para o espaço, nas naves espaciais Voyager, imagens, músicas e saudações em vários idiomas que seriam representativos da Terra.
"Greenaway pretendia fazer algo semelhante aqui. Queria escolher elementos da história e da cultura brasileira. Mas como ele estava envolvido em um novo filme, não houve tempo", diz Dantas.
A idéia da intervenção brasileira não foi totalmente afastada, mas foi temporariamente substituída pelo evento que reúne os filmes, os quadros e a ópera.
Greenaway chegará ao Rio no dia 31 de julho para participar dos ensaios de sua ópera. Fará duas palestras-no Rio, no dia 8 de agosto e em São Paulo, no dia 15 de agosto- e participará de um workshop, dia 9, apenas no Rio.
A mostra de filmes organizada por Dantas abrange toda a produção do diretor entre 1969 e 1995. Ficaram de fora apenas alguns vídeos institucionais feitos por Greenaway para o governo inglês, no início de sua carreira.
São oito curtas e média-metragens, nove longas e 11 vídeos feitos para a televisão. No Rio, a mostra de filmes acontece de 1º a 19 de julho. Em São Paulo, os filmes serão exibidos entre 10 a 20 de agosto.
Foram montadas duas exposições semelhantes, que serão apresentadas quase simultaneamente nas duas cidades. Em São Paulo, a exposição será aberta no dia 14 de julho -é o primeiro evento do ciclo Greenaway na cidade- e no Rio, no dia 9 de julho.
"Havia material suficiente para montar duas exposições sem que nenhuma das fases de seu trabalho ficasse de fora", afirma Dantas.
Depois de passar pelo Rio e por São Paulo, a exposição segue para Manchester e Hamburgo. A ópera será apresentada em Nova York no próximo ano.



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