|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Jovens artistas redescobrem som do carimbó
JOSÉ FLÁVIO JÚNIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Vanessa da Mata o gravou em seu disco mais recente. Os roqueiros do Autoramas também. Kassin
já o toca desde o Acabou la
Tequila. Fernanda Takai
encerra shows-solo com
ele. Em "Obra em Progresso", seu último espetáculo,
Caetano Veloso convidava
Jorge Mautner para cantar "Vampiro" no compasso dele. A revelação Do
Amor (RJ) também não o
dispensa.
O carimbó e seus parentes próximos, como a guitarrada e a lambada, fugiram do Pará outra vez.
Desde que a carioca Eliana
Pittman gravou "Mistura
de Carimbó", em 1974, a
dança indígena-africana-lusitana, surgida em cidades interioranas e modernizada em Belém nos anos
60, não experimentava
uma divulgação assim em
outros Estados.
O carioca Kassin é um
dos "gringos" apontados
como fundamentais para a
disseminação dos ritmos
paraenses. Seu interesse
nasceu quando ele viajava
o país como redator do
"Brasil Legal", programa
de Regina Casé na Globo.
Ele compartilha os méritos pelo redescobrimento do gênero. "O riff de
"Pirraça" (música de Vanessa que tem sotaque paraense) é do Fernando Catatau (do Cidadão Instigado). Já o Gabriel Thomaz
(do Autoramas) tocou comigo no Acabou la Tequila, então ele já curtia o
som", explica. Em "Água",
o grande hit de show de
seu grupo, o +2, ele assume
o flerte. "Tentei fazer algo
entre a guitarrada e as canções da banda Calypso,
que eu adoro", exalta.
John Ulhoa, que puxa o
riff de "Sinhá Pureza" (o
maior sucesso de Pinduca,
o grande expoente do carimbó moderno) nos
shows de Fernanda Takai,
é entusiasta assumido do
ritmo. "Vou achar muito
bom se isso se consolidar",
festeja ele. "É um som divertido, que fabrica guitar
heroes muito diferentes
dos do mundo roqueiro".
Texto Anterior: Edital recebe inscrições até agosto Próximo Texto: Conexão pop Índice
|