São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 2008

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Jovens artistas redescobrem som do carimbó

JOSÉ FLÁVIO JÚNIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Vanessa da Mata o gravou em seu disco mais recente. Os roqueiros do Autoramas também. Kassin já o toca desde o Acabou la Tequila. Fernanda Takai encerra shows-solo com ele. Em "Obra em Progresso", seu último espetáculo, Caetano Veloso convidava Jorge Mautner para cantar "Vampiro" no compasso dele. A revelação Do Amor (RJ) também não o dispensa.
O carimbó e seus parentes próximos, como a guitarrada e a lambada, fugiram do Pará outra vez. Desde que a carioca Eliana Pittman gravou "Mistura de Carimbó", em 1974, a dança indígena-africana-lusitana, surgida em cidades interioranas e modernizada em Belém nos anos 60, não experimentava uma divulgação assim em outros Estados.
O carioca Kassin é um dos "gringos" apontados como fundamentais para a disseminação dos ritmos paraenses. Seu interesse nasceu quando ele viajava o país como redator do "Brasil Legal", programa de Regina Casé na Globo.
Ele compartilha os méritos pelo redescobrimento do gênero. "O riff de "Pirraça" (música de Vanessa que tem sotaque paraense) é do Fernando Catatau (do Cidadão Instigado). Já o Gabriel Thomaz (do Autoramas) tocou comigo no Acabou la Tequila, então ele já curtia o som", explica. Em "Água", o grande hit de show de seu grupo, o +2, ele assume o flerte. "Tentei fazer algo entre a guitarrada e as canções da banda Calypso, que eu adoro", exalta.
John Ulhoa, que puxa o riff de "Sinhá Pureza" (o maior sucesso de Pinduca, o grande expoente do carimbó moderno) nos shows de Fernanda Takai, é entusiasta assumido do ritmo. "Vou achar muito bom se isso se consolidar", festeja ele. "É um som divertido, que fabrica guitar heroes muito diferentes dos do mundo roqueiro".


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