São Paulo, domingo, 25 de julho de 2010

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Chega de ternura

Wanderléa lança DVD tentando escapar da "Ternurinha", personagem que a projetou na jovem guarda, mas que limitou sua carreira

Leticia Moreira/ Folhapress
Wanderléa no apartamento onde mora, nos Jardins (SP)

MARCUS PRETO
DE SÃO PAULO

Ternurinha precisa morrer. Esse foi um desejo frequente da cantora Wanderléa ao longo de seus quase 50 anos de carreira.
Cunhado em meados dos anos 60 e amplificado nacionalmente pelo programa "Jovem Guarda" (TV Record), o apelido meigo sobreviveu à transformação da menina mineira de 16 anos na primeira popstar brasileira.
Ao mesmo tempo, o rótulo a aprisionou à imagem da Ternurinha, mesmo depois de o programa sair do ar, em 1969. Maior do que a própria cantora, a personagem a impedia de caminhar adiante.
A "musa da jovem guarda" não conseguia abandonar os fãs -e o sucesso comercial garantido- e seguir o caminho que bem entendesse.
Hoje, o plano de matar a Ternurinha está sendo posto em prática. Ainda que muitos continuem pedindo pelos "twists" e iê-iê-iês, eles já não têm vez nos planos dela.
Aos 64, Wanderléa lança seu primeiro DVD no mês que vem, baseado no álbum "Nova Estação" (2008), sem canções do passado pop.
Também tem feito shows interpretando Dolores Duran, Maysa e outras figuras pré-jovem guarda. Para 2011, planeja um álbum de canções inéditas.
É fato que gravou, em 2008, um DVD retrospectivo, em que canta "Pare o Casamento" e "Foi Assim". Mas trancou-o na gaveta. Afinal, Ternurinha precisa morrer.


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