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OPINIÃO
Enquanto Elis trocou iê iê iê por canções sérias, Madonna ficou mais comportada
THIAGO NEY
DE SÃO PAULO
Wanderléa matou a Ternurinha não por sadismo, mas
porque foi esperta ao perceber que o sonho da jovem
guarda havia acabando.
Mudanças abruptas de rumo marcam boa parte da história da música pop. David
Bowie, por isso, ganhou o
apelido de camaleão; e os
Beatles saíram de "Help!" para "Rubber Soul".
Com as cantoras, não poderia ser diferente. No Brasil,
exemplo atual é o de Sandy.
Ao lado do irmão Júnior,
formavam as crianças -e,
depois, adolescentes- mais
certinhas do showbiz do
país. Ela cresceu e, do neo-sertanejo, Sandy passou a interpretar cânones jazzísticos
e canções intimistas.
Elis Regina também passou por uma mutação. No início dos anos 1960, cantava iê
iê iê e temas ingênuos em
seus primeiros discos ("Viva
a Brotolândia", de 1961, e
"Poema de Amor", de 1962),
além de canções como "Virgen de la Macarena".
Então Elis transformou-se,
para muitos, na maior cantora brasileira de MPB ao investir em interpretações épicas e
em faixas sérias, de compositores como João Bosco.
Na música pop de língua
inglesa, quando o assunto
são mudanças radicais entre
um disco e outro, Madonna é
rainha. Nos anos 1980, ficou
conhecida por faixas sacanas
e insolentes como "Like a
Virgin" e"Erotica", pelo filme "Na Cama com Madonna" e pelo livro "Sex".
Então veio "Bedtime Stories", disco que trazia baladas bem comportadas, em
1994. Depois, interpretou
Eva Perón no cinema.
E há Tina Turner. Com o
ex-marido Ike, era ícone do
funk e do r&b nas décadas de
1960 e 1970; solo, investiu no
rock e em canções grandiosas, como "We Don't Need
Another Hero" -hoje muito
popular em karaokês.
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