São Paulo, segunda, 25 de agosto de 1997.



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Autor adaptou "Gabriela Cravo e Canela"

da Reportagem Local

A história de Walter George Durst se confunde com a da televisão brasileira. Em setembro de 1950, assistiu à primeira transmissão no país da TV Tupi.
Na emissora, Durst começou escrevendo a "TV de Vanguarda", uma adaptação de textos teatrais. Ainda nessa década roteirizou "O Grande Júri", segundo ele "o primeiro caminho pra trazer o povo à TV". O programa abordava temas de atualidade, e o público participava votando no julgamento.
Nos anos 60, na TV Excelsior, Durst criou o "Teatro 63", que também discutia temas variados. "'Pensávamos que era importante tratar as coisas com seriedade, mas também não ter medo do sensacionalismo", dizia.
Com o golpe militar de 64, Durst foi trabalhar sob a orientação de Glória Magadan adaptando dramalhões latinos. "Foi a queda máxima. O fundo do poço", disse.
Na Bandeirantes, em 1968, fez "Teatro Cacilda Becker", "TV Verdade" e "Só para Maiores". No ano seguinte foi para a TV Cultura, onde fez "Jovem Urgente".
Foi para a Globo em 1974, adaptou o romance "Gabriela Cravo e Canela" de Jorge Amado, com Walter Avancini na direção. A novela foi ao ar em 1975 e lançou Sonia Braga para o Brasil.
Depois vieram "Nina", "Terras do Sem Fim" e as minisséries "Anarquistas Graças a Deus", "Rabo de Saia", "Memórias de um Gigolô" e "Grande Sertão: Veredas". Sua adaptação para o romance de Guimarães Rosa comemorou os 20 anos da Globo. Para ele, "o adaptador na televisão é apenas uma ponte discreta entre o texto original e as imagens", dizia.
Em 95, na Manchete, Durst trabalhou na adaptação de mais uma obra de Jorge Amado. Em "Tocaia Grande", fez dupla, mais uma vez, com o diretor Walter Avancini.
Para o autor, faltava crítica no país. "TV é como faroeste. Quem tirar o revólver primeiro se dá melhor. Uma verdadeira crítica poderia dar à TV uma coisa mais séria. No faroeste vale tudo", dizia.
Há dois anos e meio, foi contratado pelo SBT para fazer o remake de "Ossos do Barão", de Jorge Andrade, atualmente exibida pela emissora. "Este caso é especial. Não me lembro de outros remakes que gostaria de fazer."
(MARIANA SCALZO)



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