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Engenheiro virou expert em salteñas
DA REPORTAGEM LOCAL
Durante os mais de 25 anos em
que trabalhou com engenharia, o
boliviano Carlos Soto Garcia, 58,
não imaginou que um dia viraria
Don Carlos, comerciante de salteñas. Pois hoje ele dirige, ao lado da
mulher, do filho e da nora, a produção de uma das barracas mais
bem conceituadas da feira da
Kantuta.
"Minha história é um pouco
acidentada", conta Don Carlos,
que chegou ao Brasil em 1970.
"Trabalhava como projetista e tinha um bom salário."
Ao longo da vida em São Paulo,
começou a pesquisar receitas de
salteñas, para fazer como hobby.
"Comecei a misturar uma antiga
fórmula de minha irmã com dicas
que encontrava em livros e na internet. Demorei muito tempo para chegar à receita atual."
O sucesso veio primeiro entre os
colegas de trabalho, que faziam
encomendas. Em dificuldades financeiras, porém, o passatempo
virou profissão. "Um amigo indicou uma feira onde eu poderia ganhar algum dinheiro. Eu levava
salteñas já assadas", lembra.
A atividade se consolidou ao ser
descoberta pelo consulado boliviano, que passou a fazer pedidos
grandes. Desde então, Don Carlos
aumentou o número de fornos e
hoje faz salteñas de carne, frango,
fricassê (milho e carne de porco),
além das empanadas de queijo.
Nos últimos anos, porém, seu
trabalho maior foi o de consolidar
a Kantuta: participou do conselho
da feira e hoje faz cursos no Sebrae para aprimorar a atividade.
Aos que não querem ir até o Pari,
resta a alternativa: suas salteñas
são agora oferecidas pelo bar Exquisito! (r. Bela Cintra, 532, tel. 0/
xx/11/ 3151-4530).
(GL)
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