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BEBIDA
Vale do São Francisco aponta bons tintos
JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA
O Vale do rio São Francisco,
na região oeste da Bahia abriga
um importante pólo de produção e exportação de frutas. A
região também produz (e exporta) um item considerado
raro para essas latitudes: vinhos finos.
A Santa Maria, localizada em
Lagoa Grande, ao leste de Petrolina, é uma das firmas focadas nesse filão. O enólogo português Carlos Moura, um dos
proprietários da Dão Sul, adega
de ponta lusitana, visitou a vinícola em 2002, avaliando a
área. "Quando vi coqueiros
crescendo junto aos vinhedos,
achei que ia perder meu tempo.
Mas após provar as uvas e os vinhos, vi que havia aqui muito
potencial", conta ele.
Logo depois foi criada a ViniBrasil -sociedade entre a Santa Maria, a Dão Sul e a importadora Expand- que elabora os
vinhos Adega do Vale e Rio Sol.
A firma tem 200 hectares de vinhedos -onde predomina a
syrah. Naqueles terrenos (a algumas centenas de quilômetros do Equador) o clima seco e
cálido, e a luminosidade aceleram o ritmo das videiras.
Enquanto nas regiões tradicionais, como as do Chile ou da
Argentina, onde se colhe apenas uma vez por ano e uma videira precisa de três para produzir os primeiros grãos, no
nordeste, a videira dá cachos
com apenas 13 meses de vida e
é possível obter dela mais de
duas colheitas por ano.
As vinhas são programadas
-pela rega e a poda- para
entregar a fruta em diferentes
datas (serão 15 colheitas em
2005, de forma a otimizar o
trabalho na cantina) e pelo que
se podem ver lá, no mesmo
dia, videiras brotando, em floração, ou outras com os cachos
já no ponto. A firma pernambucana produzirá, neste ano,
cerca de 1,3 milhão de litros de
vinho, boa parte deles, destinados ao exterior -até julho, já
tinham sido exportadas 28 mil
caixas.
Durante a visita, foram provados novos vinhos, os Rendeiras, que devem ser lançados
em breve, com destaque para o
Syrah 2004, frutado e equilibrado (87/100). Mas, para conferir já os goles da adega, uma
boa pedida é o Rio Sol Cabernet Sauvignon Reserva 2003,
marcado por frutas vermelhas
e um bom toque de madeira, o
melhor tinto da casa no mercado (87/100, R$ 48, Expand,
tel. 0/xx/11/4613-3333).
O colunista Jorge Carrara visitou a
Santa Maria a convite da ViniBrasil
CABERNET LEVE
A Nieto e Senetiner é uma
tradicional adega argentina
que conta, no seu portfólio,
com um dos tintos de ponta
do país: o Cadus Malbec. No
canto básico da casa, estão os
Benjamin, um conjunto de
tintos e brancos, onde se destaca este Cabernet Sauvignon,
um bom rubro de corpo médio, frutado e macio em boca.
BOM E BARATO
SUGESTÃO ATÉ R$ 40
BENJAMIN NIETO E SENETINER CABERNET
SAUVIGNON 2004
Avaliação: 83/100
Bom para:
acompanhar pizzas,
frios e hambúrgueres
Preço: R$ 11
Onde: Casa Flora,
(tel. 0/xx/11/3327-5199)
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