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comentário
Boa tentativa de renovar o jornalismo
MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
EDITOR DA ILUSTRADA
Faz bem Marcelo Tas
em criar meios para
divulgar o seu repórter Ernesto Varela. Talvez
para alguns que tenham convivido com o personagem em
sua época, quando o país
transitava, aos trancos e barrancos, do regime militar para a democracia, a volta de
Varela possa ter um sabor
passadista. Mas o fato é que
as performances de Tas revistas hoje adquirem renovado interesse.
De um lado, pela oportunidade de reencontrar o ambiente político daquele período, no qual transitavam figuras que vieram a desempenhar papel crucial na vida
pública democrática do país
-casos de Fernando Henrique Cardoso e Lula. De outro, pela qualidade do repórter, um achado que deve ser
visto com um "case" da TV e
do jornalismo no país.
Varela pertence a uma turma que foi atraída pelas então novas tecnologias do vídeo e pela idéia de renovar as
formas de expressão do jornalismo televisivo, surradas
por anos de ditadura. Foi
uma turma forte em São
Paulo, que deu frutos bastante interessantes.
A grande estrela veio a ser
Fernando Meirelles, diretor,
ao lado de Kátia Lund, de
"Cidade de Deus", filme que
já vai se consolidando como
um dos marcos do cinema
brasileiro.
Marcelo Tas conseguiu
com seu Varela criar um jornalismo autoral tenso, bem-humorado e informativo,
que merece ser visto pelas
novas gerações e revisto pelos que o acompanhavam naqueles tempos.
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