São Paulo, sexta-feira, 25 de agosto de 2006

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comentário

Boa tentativa de renovar o jornalismo

MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
EDITOR DA ILUSTRADA

Faz bem Marcelo Tas em criar meios para divulgar o seu repórter Ernesto Varela. Talvez para alguns que tenham convivido com o personagem em sua época, quando o país transitava, aos trancos e barrancos, do regime militar para a democracia, a volta de Varela possa ter um sabor passadista. Mas o fato é que as performances de Tas revistas hoje adquirem renovado interesse.
De um lado, pela oportunidade de reencontrar o ambiente político daquele período, no qual transitavam figuras que vieram a desempenhar papel crucial na vida pública democrática do país -casos de Fernando Henrique Cardoso e Lula. De outro, pela qualidade do repórter, um achado que deve ser visto com um "case" da TV e do jornalismo no país.
Varela pertence a uma turma que foi atraída pelas então novas tecnologias do vídeo e pela idéia de renovar as formas de expressão do jornalismo televisivo, surradas por anos de ditadura. Foi uma turma forte em São Paulo, que deu frutos bastante interessantes.
A grande estrela veio a ser Fernando Meirelles, diretor, ao lado de Kátia Lund, de "Cidade de Deus", filme que já vai se consolidando como um dos marcos do cinema brasileiro.
Marcelo Tas conseguiu com seu Varela criar um jornalismo autoral tenso, bem-humorado e informativo, que merece ser visto pelas novas gerações e revisto pelos que o acompanhavam naqueles tempos.


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