São Paulo, sexta-feira, 25 de agosto de 2006

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THIAGO NEY

Quer brincar de Barbi?

Performáticas e escrachadas, Barbis de Olinda tiram sarro de cinema nacional e têm clipe censurado no YouTube

Se te convidarem para o show de uma banda "irreverente", que canta músicas "hilárias" em apresentações "teatrais", dê uma desculpa e caia fora. Se te derem o disco de um grupo como, sei lá, Língua de Trapo, troque numa loja de usados. Porque as únicas roqueiras performáticas e escrachadas que importam são as Barbis de Olinda.
As Barbis de Olinda são quatro. Têm esse nome porque são de Olinda (PE) e porque são... barbies. A banda na verdade chama Backing Ballcats Barbis Vocal's, e Drica Barbi, Lilica Barbi, Sabri Barbi e Leta Barbi são acompanhadas por quatro músicos, os Bobs Babilônias.
Com quatro anos de vida e ainda sem gravadora, elas devem lançar o primeiro disco até o final do ano.
Mas dá para conhecê-las tanto no www.asbarbis.com como no espaço que guardam no www.tramavirtual.com.br. Ali podemos ouvir, por exemplo, a genial "Só Se Alise", em que elas dão a dica: "Só se alise/ O seu namorado". Ou "Viva o Cinema Latino-Americano", cujo tema é explicado pela própria Drica Barbi: "É uma brincadeira com essa seriedade que se criou no Brasil em torno do cinema nacional, com a necessidade de colocá-lo no alto".
A música é rock, às vezes puxando para o pop, às vezes para o punk, às vezes para o samba -mas nunca para o mangue beat. No palco, cada uma encarna um personagem.
As Barbis de Olinda são, também, polêmicas. "Rê Bordosa", por exemplo, ganhou um clipe, dirigido por Daniel Bandeira. No filme, atores encenam uma história de terror em que uma mulher e o amante são mortos pela Rê Bordosa. O clipe foi colocado no YouTube.
Mas, como tem algumas cenas de sexo (do tipo explícito), foi retirado pelos administradores do site. Durante o tempo em que esteve no ar, gerou mais de 20 mil downloads.
Entre as quatro Barbis, há duas antropólogas, uma socióloga e uma arte-educadora. Antes que esse currículo te faça virar a cara com medo do cabecismo, deixe a Drica Barbi explicar: "Não somos feministas e nem pretendemos usar a banda para fazer teorizações".
Ao vivo, as Barbis de Olinda poderão ser vistas no festival No Ar: Coquetel Molotov, que acontece em Recife em 1º e 2 de setembro.


thiago@folhasp.com.br

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