Samuel Pinheiro Guimarães recebe troféu Juca Pato e fala dos desafios do país

DA REPORTAGEM LOCAL

Vencedor do troféu Juca Pato de intelectual do ano de 2006, o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães disse anteontem à noite, no auditório da Folha, que o papel do intelectual em sociedades subdesenvolvidas como o Brasil é contribuir vigorosamente para formar a identidade nacional.
"A formação é indispensável para superar os desafios do país, num mundo imperial em que algumas potências tentam moldar outras nações à sua imagem", disse o embaixador.
Segundo ele, o país precisa "agir em bloco", numa referência ao Mercosul, e participar do Conselho de Segurança da ONU para "preservar a auto-determinação".
Pinheiro Guimarães recebeu o troféu das mãos do historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira, laureado no ano passado, numa cerimônia que contou com a presença do vice-presidente da República, José Alencar, do presidente em exercício da Assembléia Legislativa de São Paulo, deputado Waldir Agnello (PTB/SP), e de Levi Bucalem Ferrari, presidente da União Brasileira de Escritores (UBE), que promove o Juca Pato com patrocínio da Folha.
O embaixador publicou no ano passado "Desafios Brasileiros na Era dos Gigantes" (Contraponto Editora) e, durante o discurso de premiação, deu uma pequena aula sobre o tema de seu livro.
Disse que o país precisa estreitar as brechas entre os setores avançados e atrasados do Brasil e que, apesar de ter diminuído sua vulnerabilidade em relação às oscilações na economia mundial, ainda tem 45 milhões de dependentes do Bolsa Família e 36% da população sem saneamento básico.
"Não podemos realizar o potencial da sociedade enquanto não superarmos as profundas desigualdades sociais", disse.
Após ouvir o discurso, o vice-presidente afirmou que precisa levar mais as idéias de Pinheiro Guimarães para serem discutidas nas reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


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