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Crítica
Filmes esboçaram um futuro para a década de 80
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Onde estará o futuro dos
anos 80? Em "Blade Runner"
(TC Pipoca e TC HD, 22h; não
recomendado para menores de
12 anos) ou em "De Volta para
o Futuro" (TC Cult, 17h40; livre)?
O primeiro nos fala de um lugar superpovoado e superpoluído, onde humanos e andróides não chegam a se entender,
em boa parte porque os últimos vêm com data de vencimento, isto é, de morte, algo insuportável de que os humanos
são poupados.
É a morte, a finitude, o problema central do futuro de Ridley Scott, pois o mundo parece sucumbir à incapacidade da
ciência de repor o que o homem rouba à natureza. Essa é a
questão posta pelos andróides.
Mais juvenil, o filme de Robert Zemeckis é também diabolicamente inteligente, já que
usa os poderes ilusórios do cinema para confrontar dois momentos (os anos 80 e os 50 do
século 20) à luz da máquina do
tempo (ou seja, da eternidade)
e brincar com a sensação de superioridade que cada época
sente em relação às passadas.
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