São Paulo, quinta-feira, 25 de agosto de 2011

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Livro é crucial para entender criador da Globo

DE SÃO PAULO

No final de 1969, o grupo americano Time-Life mandou uma delegação ao Brasil cobrar de Roberto Marinho retornos dos investimentos que havia feito na emissora.
Numa reunião no Copacabana Palace, da qual participaram Marinho e Wallach, um alto executivo da Time-Life queixou-se dos prejuízos e de que Marinho não assinara direito notas promissória.
Esbravejou por 20 minutos, até que Marinho puxou Wallach num canto e disse: "Joe, estou indo embora. Vou passear de barco no fim de semana. Vejo você na segunda". E saiu.
As memórias de Joe Wallach, da qual emergem histórias como essa, são leitura fundamental para conhecer e compreender melhor a complexa figura do criador da Globo.
O autor conta que, quando chegou ao Brasil, em 65, comunicava-se com Marinho em francês -Wallach ainda não falava português, e o empresário não dominava o inglês.
Marinho, conta o livro, locomovia-se pelo Rio num Fusca. Quando brigou com Carlos Lacerda (segundo Wallach porque o então governador da Guanabara tombou o Parque Lage, que Marinho comprara), o dono da Globo, ainda segundo o livro, andava com revólver na cintura e corria o boato de que ameaçara matar Lacerda.
O autor diz que Marinho gostava dos presidentes Castelo Branco e Figueiredo, mas afirma que o empresário não conspirava com os militares.
Joe Wallach revela que em 1967, durante dificuldade financeira, Silvio Santos (então apresentador na TV Paulista, braço da Globo em São Paulo) emprestou dinheiro à emissora.
Narra ainda o tratamento dispensado por Marinho a Otto Lara Resende e Nelson Rodrigues, funcionários da TV e do jornal "O Globo", respectivamente.
Na visão do autor, o empresário passava aos escritores tarefas incompatíveis com a grandeza de ambos.

MEU CAPÍTULO NA TV GLOBO
AUTOR Joe Wallach
EDITORA Topbooks
QUANTO R$ 49 (263 págs.)
LANÇAMENTO hoje, no Rio, às 19h, na Livraria da Travessa de Ipanema (r. Visconde de Pirajá, 572, 0/xx/21/3205-9002)


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