São Paulo, quinta-feira, 25 de agosto de 2011

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teatro

Musical conta vida de transexual roqueira

Sob direção de Evandro Mesquita, "Hedwig" mistura humor e drama em ambiente underground dos anos 1980

Adaptação de peça off-Broadway estreia em São Paulo após temporada no Rio e duas indicações ao Shell

Rodrigo Esper/Divulgação
O ator Pierre Baitelli como Hedwig em cena do musical

MARCOS GRINSPUM FERRAZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Hedwig e o Centímetro Enfurecido" não é um musical convencional, de melodias suaves e coros felizes e afinados. Tampouco tem cenário colorido, iluminação leve e o esperado encaminhamento para um final feliz.
Longe disso, o musical americano off-Broadway traz para o palco o ambiente underground do rock dos anos 80, misturando drama e humor na sofrida história da cantora transexual Hedwig.
Não parece ser à toa que o responsável pela adaptação e montagem do texto de John Cameron Mitchell nos palcos brasileiros seja Evandro Mesquita, 59.
Ator, diretor e líder de uma das principais bandas de rock dos anos 80 -a Blitz-, ele dirige a peça que, após temporada no Rio e duas indicações ao Prêmio Shell, estreia em São Paulo.
Certamente, a cantora Hedwig não alcançou o sucesso de uma Blitz. Logo de saída ela se pergunta: "Como foi que o menininho afeminado se tornou a estilista musical internacionalmente ignorada que aqui encontra-se?".
A partir daí, num palco que parece o de uma casa de shows, acompanhada de sua banda de rock, Hedwig abre sua intimidade e conta toda a sua trajetória de vida.
Ela nos fala de como saiu da Berlim Oriental para os EUA, de sua malsucedida operação de mudança de sexo (que deixou sobrando o tal "centímetro enfurecido"), de como suas músicas foram roubadas pelo ex-namorado, que se tornou um astro...
O grande diferencial dessa para as outras dezenas de montagens que o texto teve pelo mundo, segundo Mesquita, é que aqui são dois atores (Felipe Carvalhido e Pierre Baitelli) interpretando a cantora ao mesmo tempo.
O artifício cria um novo jogo de palco e ressalta a ambiguidade de Hedwig, ao mesmo tempo esnobe e insegura. "É uma figura dúbia, bipolar, espaçosa. Parece mesmo que são duas", explica o diretor.
Com sua banda, interpreta versões para a premiada trilha criada pelo americano Stephen Trask. E por conta dessa trilha e do ambiente underground da peça, Mesquita diz ter grande expectativa com a estreia paulistana.
"São Paulo tem mais essa cena do rock alternativo que o Rio, com mais possibilidade de experimentação. E Hedwig é isso: história crua, é rock and roll legítimo."

HEDWIG
QUANDO sex., às 21h30, sáb., às 21h, e dom., às 18h
ONDE teatro Nair Bello (r. Frei Caneca, 569, 3º andar, tel. 0/xx/11/3472-2414)
QUANTO R$ 60
CLASSIFICAÇÃO 16 anos


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