São Paulo, terça, 25 de agosto de 1998

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TELEVISÃO

CBS-Telenotícias busca novo parceiro no Brasil

RUI DANTAS
da Reportagem Local

Com o cancelamento da exibição do "Jornal do SBT" e do "Sinal" (Sistema de Notícias da América Latina), a CBS-Telenotícias procura outros parceiros entre as TVs abertas para veicular sua programação e trocar material jornalístico.
O representante da CBS no país, Marcos Amazonas, revelou que está negociando contratos com a TV Cultura, a TV Brasília e a Rede Bandeirantes, por meio do Canal 21. "Já tínhamos contatos com esses canais. A CBS precisa de notícias locais, já que nossa sede é em Miami (EUA)", explicou Amazonas.
A TV Cultura e o Canal 21 confirmam a negociação. Com isso, a emissora tenta marcar presença em alguma TV aberta brasileira, já que o SBT rompeu o contrato por meio do qual exibia o "Jornal do SBT", logo após o "Jô Soares Onze e Meia", e o "Sinal", durante a madrugada.
Sediada em Miami e sem um grande corpo de repórteres no país, a CBS-Telenotícias compra ou troca reportagens com TVs abertas brasileiras. Normalmente, a emissora norte-americana cede material relevante do noticiário internacional em contrapartida.
"Todo contrato pode ser rompido. É um direito do SBT gerir sua programação", afirmou Marcos Amazonas.
Sobre o rompimento de contrato por parte do SBT, os representantes da CBS revelam ainda acreditar que a negociação possa ser revista.
A vice-presidente de marketing da emissora norte-americana, Diane Huth, afirmou que pode adequar parte dos programas da emissora às necessidades do SBT, para manter o canal no ar na rede brasileira.
"Podemos fazer um programa no formato que o SBT precisa. Estou otimista que vamos continuar no ar", afirmou a vice-presidente.
Como concessão pública, o SBT é obrigado a manter, por lei, pelo menos 5% de jornalismo em sua programação. Isso pode facilitar a negociação com a CBS, uma vez que a emissora paulista desmantelou seu departamento de jornalismo, ainda que necessitasse desse tido de programação.
Os representantes da CBS não revelaram se a emissora pensa em mover algum tipo de ação contra o SBT pelo retirada da programação do ar. Afirmaram apenas que a emissora não se sente lesada pelo rompimento do contrato.
"A CBS não teve dano nenhum. Respeitamos essa mudança no SBT e vamos continuar nosso caminho", disse Marcos Amazonas.
Procurada pela Folha, a direção do SBT não se manifestou sobre o cancelamento dos programas e as negociações com a CBS.



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