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São Paulo, quinta-feira, 25 de setembro de 2003

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TEATRO

Encenador monta "A Parca Norueguesa", com o Atelier de Pesquisa Teatral Manufactura Suspeita, em São Paulo

Inferno de Paroni de Castro ocupa Casa das Caldeiras

PEDRO IVO DUBRA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Nascido do desejo do diretor Maurício Paroni de Castro, 42, de trabalhar com atores "frescos, jovens", o Atelier de Pesquisa Teatral Manufactura Suspeita volta a ocupar um palco não-convencional em São Paulo.
O espetáculo "A Parca Norueguesa", apresentado no parque da Água Branca pelo núcleo criado em 2002, é novamente encenado, desta vez na Casa das Caldeiras.
"Esse tipo de contraste entre o comecinho da vida profissional deles e a minha, que tem 44 espetáculos, em vários lugares, além das diferenças das formações, é uma coisa interessante na constituição do grupo", afirma o encenador, que é diretor-associado da companhia escocesa Suspect Culture, além de revezar trabalhos entre o Brasil e a Itália desde 1985.
Valendo-se da arquitetura do espaço -que integrava as Antigas Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo-, a peça traz à tona a convivência de personagens que se encontram numa espécie de inferno, localizado numa das chaminés da antiga fábrica.
Nele, um grupo de burocratas jovens percebe que morreu, vitimado por uma explosão ocasionada por um vizinho, suicida. Ao constatar a situação, os mortos passam a fazer uma série de confissões públicas à platéia -sem interação direta.
Anteriormente, o público era guiado por um ator norueguês, cuja presença inspirou o título. Parca é a divindade que fia e corta o fio da vida, a Morte.
Tal papel, que, segundo o encenador, "faz explicações, muito breves, no começo e no meio da apresentação da montagem", será desempenhado, a partir de agora, pelo próprio Paroni de Castro e por Alvise Camozzi, que se alternarão na função.
Maurício Paroni de Castro assina a dramaturgia, que teve aportes do elenco e de Matheus Parizi, naquilo que se convencionou chamar de processo colaborativo. Referências a nomes tais quais Van Gogh, Nietzsche e Sade pontuam o texto.
Além de "A Parca Norueguesa", que deve realizar temporada até novembro, sempre com duas apresentações mensais, o diretor tem outros projetos, entre eles encenações na Noruega, em maio, e na Escócia, em setembro de 2004.


A PARCA NORUEGUESA. Coordenação de dramaturgia e direção: Maurício Paroni de Castro. Com: Diego Ruiz, Fernanda Moura, Júlia Abs, Paulo Moreno, Roberta Youssef e Alvise Camozzi (Atelier de Pesquisa Teatral Manufactura Suspeita). Onde: Casa das Caldeiras (av. Francisco Matarazzo, 2.000, SP, tel. 0/xx/11/3873-6696). Quando: hoje e amanhã, às 21h; com temporada de duas apresentações mensais prevista para durar até novembro. 60 min. Quanto: R$ 10.


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