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Espetáculo "aconteceu
ao contrário"
FREE-LANCE PARA A FOLHA
"Síndromes - Loucos como
Nós" começou, segundo a sua
idealizadora, também com
uma síndrome: inverteu-se o
processo usual de produção.
"A peça aconteceu toda ao
contrário", diz Beta Leporage.
Explique-se: primeiro, ela teve a idéia do tema, conversou
com psicanalistas sobre as
"loucuras do cotidiano", concebeu um argumento, contatou os autores. O elenco foi escolhido, o cenário foi montado.
Estando o projeto todo estruturado, Miguel Falabella e Maria
Carmem Barbosa trouxeram o
texto final.
Para Leporage, a direção do
trabalho foi coletiva, recebendo
contribuições de toda a equipe,
não obstante tenha Falabella
definido boa parte dos caminhos tomados. "Quando ele escreve, já tem a direção pronta
na cabeça. Ele não quis assinar
a direção, mas acho que o rumo da encenação quem deu foi
ele", afirma.
"É meio difícil explicar o trabalho que realizamos juntos.
Não temos um método. Miguel, por exemplo, cria uma
mulher. Aí eu escrevo mais um
pedaço a partir do que ele começou a produzir. E vice-versa.
Não existe essa coisa de um começar primeiro do que o outro", diz Barbosa.
Ela forma, com Miguel Falabella, uma parceria que dura
dez anos. A produção dos dois
-oito textos no total-, que
abarca "Pequena Mártir de
Cristo Rei" e "South American
Way", deverá ser publicada em
livro, ainda em 2003. A antologia, intitulada "Querido Mundo e Outras Peças", reunirá sete
obras, incluído o texto da vez.
Antes de vir a São Paulo,
"Síndromes..." esteve em cartaz no Rio de Janeiro, no Teatro
do Leblon, entre maio e agosto.
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