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DOCUMENTÁRIO
"Últimos Segundos" disseca morte de Senna
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
A série "Últimos Segundos", do
canal National Geographic, se
propõe a explicar que, embora
acidentes aconteçam, muitas vezes eles têm causas evitáveis ou
minimamente detectáveis.
Para a série, foram escolhidos
vários temas, sendo um deles bastante familiar aos brasileiros: a
tragédia que matou o piloto Ayrton Senna, durante o GP de San
Marino, em 1994.
Com base na caixa-preta do carro de Senna, uma série de análises
computadorizadas é exibida ao
telespectador, dando ênfase aos
momentos que antecedem a sétima volta do GP. Está tudo ali: a
curva Tamburello, as imagens da
TV, o impacto -o estupor.
Para aqueles que assistiram ao
trágico fim do mais brilhante piloto brasileiro naquele 1º de maio,
o programa é esclarecedor, ao
mesmo tempo em que deixa um
gosto de injustiça.
Da maneira como a tragédia é
dissecada, percebe-se que Senna
perdeu a vida devido a uma série
de fatalidades, na qual até a passagem de um safety-car -carro que
interrompe a prova após um acidente- teria papel fundamental.
Num esporte arriscado como a
Fórmula 1, a existência do componente azar é atemorizante.
Ao mesmo tempo, a conclusão
de que, após a morte de Senna, o
perigoso circo da F-1 teria se tornado mais seguro -pelo medo
que as escuderias passaram a ter
de responsabilidades criminais-
não deixa de ser revoltante.
Durante muito tempo, cogitou-se a hipótese de uma falha mecânica no carro do brasileiro, o que
responsabilizaria a escuderia Williams. No primeiro julgamento, o
dono da equipe, Frank Williams,
o diretor-técnico Patrick Head e
ex-projetista Adrian Newey foram absolvidos. No início deste
ano, o caso foi reaberto e até agora
não há novidades.
O programa é curto -30
min.- e segue narrativa de filme
de suspense; ao confrontar as teorias suscitadas após o acidente, leva o telespectador a linhas de raciocínio errôneas, até chegar ao
seu desfecho algo inesperado.
Resta aceitar -ou não.
ÚLTIMOS SEGUNDOS - A MORTE DE
AYRTON SENNA. Quando: hoje (2h) e
amanhã (6h e 12h), no National
Geographic.
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