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MÚSICA/LANÇAMENTO
"SEE THIS THROUGH AND LEAVE"
CD de estréia da banda chega ao país
The Cooper Temple Clause recicla festivais ingleses
DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
The Cooper Temple Clause é
uma banda privilegiada. Diferentemente da maioria dos mortais,
que consegue contar nos dedos da
mão o número de "shows memoráveis" que já viu em toda a sua vida, Benedict Gautrey, vocalista do
grupo formado em Reading
-sim, a terra do mais importante
festival rocker do mundo-, parece já ter perdido a conta.
"Vamos ao festival de Reading
desde os nossos 13, 14 anos", conta Gautrey, hoje com 22 ainda
morando "em meio a porcos e galinhas" da pequena cidade localizada a cerca de 25 quilômetros de
Londres. Mogwai, Beck, Primal
Scream, Blur, Rage Against the
Machine, Nirvana, banda nenhuma que tenha feito o mínimo de
barulho nos últimos dez anos passou despercebida pelos ouvidos
da banda.
E assim nasceu, em 1998, o The
Cooper Temple Clause, mistura
de grunge, indie e hard rock com
britpop, punk e música eletrônica. Um tanto esquizofrênico, poderiam imaginar os mais desavisados, mas basta ouvir "See This Through and Leave", disco de estréia do sexteto de Reading, para
ver que o cruzamento de influências, além de muito barulhento,
funciona -e bem.
Lançado só agora no Brasil, o
disco deu o empurrão definitivo
na carreira da banda que, apesar
de residente em Reading, só havia
tocado no terceiro palco do megafestival. "Desta vez, tocamos no
segundo palco. Espero que em
2003 passemos para o [palco]
principal. Embora possam nos
achar tão ruins que voltaremos ao
terceiro", brinca Gautrey.
Bombons para o rock
No lugar certo, na hora certa e
com a tática certa. Ainda que a localização geográfica tenha ajudado, e muito, na formação do
TCTC, o contrato com a major
BMG, antes que tivesse lançado
qualquer material independente,
foi conseguido graças a outro golpe de sorte do sexteto inglês:
"Três anos atrás mandamos alguns CDRs junto com uma caixa
de chocolates para 20 gravadoras.
Éramos ingênuos e pensamos
"eles vão nos amar". Logo em seguida a a BMG respondeu e disse
que estava interessada", lembra.
História igualmente curiosa diz
respeito à escolha do nome da
banda. "The Cooper Temple
Clause não quer dizer muita coisa.
Precisávamos de um nome para
nos apresentarmos, e naquela
época todas as bandas tinham um
nome curto, como Blur, Muse,
Ash etc. Mas nossa música era diferente e resolvemos usar um nome diferente", defende o vocalista. "Didz [o baixista] viu esse nome num filme do Chevy Chase
["Fletch Vive", 1989]. Crescemos
vendo filmes dos anos 80. Acho
que o Chevy Chase, o Tom Hanks
e o Michael J. Fox, tocando juntos,
formariam uma superbanda de
rock", diverte-se.
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