São Paulo, sexta-feira, 25 de outubro de 2002

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MÚSICA/LANÇAMENTO

"SEE THIS THROUGH AND LEAVE"

CD de estréia da banda chega ao país

The Cooper Temple Clause recicla festivais ingleses

DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

The Cooper Temple Clause é uma banda privilegiada. Diferentemente da maioria dos mortais, que consegue contar nos dedos da mão o número de "shows memoráveis" que já viu em toda a sua vida, Benedict Gautrey, vocalista do grupo formado em Reading -sim, a terra do mais importante festival rocker do mundo-, parece já ter perdido a conta.
"Vamos ao festival de Reading desde os nossos 13, 14 anos", conta Gautrey, hoje com 22 ainda morando "em meio a porcos e galinhas" da pequena cidade localizada a cerca de 25 quilômetros de Londres. Mogwai, Beck, Primal Scream, Blur, Rage Against the Machine, Nirvana, banda nenhuma que tenha feito o mínimo de barulho nos últimos dez anos passou despercebida pelos ouvidos da banda.
E assim nasceu, em 1998, o The Cooper Temple Clause, mistura de grunge, indie e hard rock com britpop, punk e música eletrônica. Um tanto esquizofrênico, poderiam imaginar os mais desavisados, mas basta ouvir "See This Through and Leave", disco de estréia do sexteto de Reading, para ver que o cruzamento de influências, além de muito barulhento, funciona -e bem.
Lançado só agora no Brasil, o disco deu o empurrão definitivo na carreira da banda que, apesar de residente em Reading, só havia tocado no terceiro palco do megafestival. "Desta vez, tocamos no segundo palco. Espero que em 2003 passemos para o [palco] principal. Embora possam nos achar tão ruins que voltaremos ao terceiro", brinca Gautrey.

Bombons para o rock
No lugar certo, na hora certa e com a tática certa. Ainda que a localização geográfica tenha ajudado, e muito, na formação do TCTC, o contrato com a major BMG, antes que tivesse lançado qualquer material independente, foi conseguido graças a outro golpe de sorte do sexteto inglês: "Três anos atrás mandamos alguns CDRs junto com uma caixa de chocolates para 20 gravadoras. Éramos ingênuos e pensamos "eles vão nos amar". Logo em seguida a a BMG respondeu e disse que estava interessada", lembra.
História igualmente curiosa diz respeito à escolha do nome da banda. "The Cooper Temple Clause não quer dizer muita coisa. Precisávamos de um nome para nos apresentarmos, e naquela época todas as bandas tinham um nome curto, como Blur, Muse, Ash etc. Mas nossa música era diferente e resolvemos usar um nome diferente", defende o vocalista. "Didz [o baixista] viu esse nome num filme do Chevy Chase ["Fletch Vive", 1989]. Crescemos vendo filmes dos anos 80. Acho que o Chevy Chase, o Tom Hanks e o Michael J. Fox, tocando juntos, formariam uma superbanda de rock", diverte-se.


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