São Paulo, quarta-feira, 25 de outubro de 2006

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Maria Schneider mostra "esculturas sonoras" em show no Tim Festival

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Desde meados dos anos 90, quando o assunto é jazz orquestral, o nome de Maria Schneider tem presença certa. Afinal, o Grammy que essa talentosa compositora e regente norte-americana conquistou com o álbum "Concert in the Garden", em 2005, é apenas uma das inúmeras distinções que integram seu currículo.
Atração do Tim Festival, Maria se apresenta com sua orquestra de 18 músicos no Rio, nesta sexta, e em São Paulo, no sábado. Em entrevista à Folha, por telefone, de Nova York, ela admite que até pouco tempo atrás ainda resistia a se definir como uma compositora. Preferia o termo "escultora de sons".
"Durante muito tempo a palavra compositora soava grande demais para mim. Acho que minha música tem se tornado mais leve, mais delicada. É difícil explicar o porquê, mas hoje já me considero uma compositora", diz ela, que se apresentou no país pela primeira vez, em 1998.

Vôo livre
Foi naquele ano, depois de um passeio de asa delta em uma praia carioca, que Maria compôs "Hang Gliding". Essa peça, segundo ela, vai estar em seus concertos do Tim Festival, ao lado de outras composições próprias, como a antiga "El Viento", que revela influências da música flamenca.
"Voar de asa delta, num dia de muito vento, foi uma coisa extraordinária. No dia seguinte, comecei a compor algo e, de repente, senti que estava escrevendo sobre a sensação de voar", diz Maria, referindo-se a "Hang Gliding" como "uma canção de amor pelo Brasil".
Discípula dos compositores Bob Brookmeyer e Gil Evans, do qual foi assistente, Maria comenta que suas experiências pessoais são fontes essenciais de inspiração. "Muitas das minhas peças abordam acontecimentos de minha infância. Neste momento, estou compondo uma peça sobre pássaros. Então me envolvo totalmente: fico olhando pássaros voando, só penso em pássaros", diverte-se.
E o que é mais importante transmitir numa composição? "Sentimento. Quero que as pessoas sejam atraídas pela música, que elas experimentem minha música como se assistissem a um filme. Quero que elas sigam a música como uma história, com suas idas e voltas emocionais", explica. (CC)

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