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Maria Schneider mostra "esculturas sonoras" em show no Tim Festival
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Desde meados dos anos 90,
quando o assunto é jazz orquestral, o nome de Maria
Schneider tem presença certa.
Afinal, o Grammy que essa talentosa compositora e regente
norte-americana conquistou
com o álbum "Concert in the
Garden", em 2005, é apenas
uma das inúmeras distinções
que integram seu currículo.
Atração do Tim Festival, Maria se apresenta com sua orquestra de 18 músicos no Rio,
nesta sexta, e em São Paulo, no
sábado. Em entrevista à Folha,
por telefone, de Nova York, ela
admite que até pouco tempo
atrás ainda resistia a se definir
como uma compositora. Preferia o termo "escultora de sons".
"Durante muito tempo a palavra compositora soava grande demais para mim. Acho que
minha música tem se tornado
mais leve, mais delicada. É difícil explicar o porquê, mas hoje
já me considero uma compositora", diz ela, que se apresentou no país pela primeira vez,
em 1998.
Vôo livre
Foi naquele ano, depois de
um passeio de asa delta em uma
praia carioca, que Maria compôs "Hang Gliding". Essa peça,
segundo ela, vai estar em seus
concertos do Tim Festival, ao
lado de outras composições
próprias, como a antiga "El
Viento", que revela influências
da música flamenca.
"Voar de asa delta, num dia
de muito vento, foi uma coisa
extraordinária. No dia seguinte, comecei a compor algo e, de
repente, senti que estava escrevendo sobre a sensação de
voar", diz Maria, referindo-se a
"Hang Gliding" como "uma
canção de amor pelo Brasil".
Discípula dos compositores
Bob Brookmeyer e Gil Evans,
do qual foi assistente, Maria comenta que suas experiências
pessoais são fontes essenciais
de inspiração. "Muitas das minhas peças abordam acontecimentos de minha infância.
Neste momento, estou compondo uma peça sobre pássaros. Então me envolvo totalmente: fico olhando pássaros
voando, só penso em pássaros",
diverte-se.
E o que é mais importante
transmitir numa composição?
"Sentimento. Quero que as pessoas sejam atraídas pela música, que elas experimentem minha música como se assistissem a um filme. Quero que elas
sigam a música como uma história, com suas idas e voltas
emocionais", explica.
(CC)
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