Ópera de Verdi ganha temporada no Credicard Hall, com microfones, fogos de artifício e sem "velharias"

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Tem ópera no nome, mas, olhando de longe, até parece um musical. "Aida - Monumental Opera" (assim mesmo, sem acento) começa hoje uma temporada paulistana. Sim, trata-se de uma execução de "Aida", a célebre ópera composta em 1871 por Giuseppe Verdi (1813-1901), ambientada no Egito antigo e cujo trecho mais famoso é a "Marcha Triunfal".
Mas o palco dessa "Aida" não é o Teatro Municipal e sim o Credicard Hall. A produção é da Time for Fun (ex-CIE Brasil), responsável por "Miss Saigon" e "A Bela e a Fera".
E o mais importante: enquanto nas montagens tradicionais de ópera os cantores projetam naturalmente sua voz pela sala, na "Monumental Opera" suas vozes contam com a "forcinha" de um microfone.
O maestro Walter Haupt promete, contudo, música da mesma qualidade que existe em uma sala de ópera tradicional, e afirma que, para reproduzir a excelência acústica de um bom teatro, foi empregado um equipamento grandioso, operado por computador.
"Nossa encenação não tem as habituais velharias de decoração, nem o costumeiro desfile de zoológico de elefantes e cavalos", diz. Com direção cênica do norte-americano Joseph Rochilitz, o espetáculo conta com projeções, efeitos de luz e fogos de artifício na cenografia.
As sopranos Assia Davidov e Eugenia Garza se revezam no papel-título, enquanto as mezzo-sopranos Irina Bossini e Lara Augusta são as intérpretes de Amneris; como Radamés, atuam, alternadamente, os tenores Ernesto Grisales e Guillermo Dominguez. As demais forças são a Sinfônica Nacional e Coro Acadêmico da Ucrânia e bailarinos do teatro Usti nad Lebem, da República Tcheca.
Noves fora, a última vez que "Aida" mereceu uma encenação tradicional em São Paulo foi em 1993, no Municipal. Em 1995, Júlio Medaglia dirigiu uma produção ao ar livre no Centro Poliesportivo Constâncio Vaz Guimarães e, em agosto, houve uma brilhante execução da partitura em versão de concerto, na Sala São Paulo, sob a batuta de Lorin Maazel.