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TIM FESTIVAL
Crítica/Marcelo Camelo/Klaxons
Público também falta na noite em que houve dois cancelamentos
Ex-Los Hermanos fez apresentação intimista, enquanto
banda inglesa preferiu investir em barulho de guitarra
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
N
a "noite dos cancelamentos" do Tim, não
apenas a escalação ficou esburacada, mas também a
platéia. As duas principais atrações de anteontem da perna
paulista do evento, Marcelo Camelo e Klaxons, não conseguiram lotar suas apresentações.
Camelo tornou-se a atração
principal do palco do Auditório
Ibirapuera após o cancelamento do inglês Paul Weller. Os
efeitos da ausência de Weller
eram visíveis nas diversas cadeiras vazias do lugar -enquanto a participação do inglês
esteve confirmada, os ingressos
estavam esgotados.
Seus substitutos -Roberta
Sá, que abriu a noite, e Arnaldo
Antunes, que a fechou- tocaram para quase ninguém, mas
fizeram bons shows apesar disso, especialmente a cantora.
Sem Weller, a grande atração
da noite foi o ex-Los Hermanos
Marcelo Camelo, que tocou para um auditório cheio, ainda
que não lotado, de fãs. O clima,
adequado ao estilo mais introspectivo que Camelo adotou em
seu disco solo, estava longe da
histeria que cercava os shows
dos Hermanos: o público cantou, mas não berrou.
O cantor entrou no palco
pouco antes das 22h30, num
estilo João Gilberto: carregando o violão, sentou-se sozinho
no banquinho e cantou a acústica "Passeando". Em seguida,
recebeu a banda Hurtmold, que
o acompanha no disco ("Sou") e
na turnê. Ele estranhou a baixa
interação da platéia. "Todo
mundo confortável? Vocês estão tão calados."
A partir daí, emendou a seqüência que mais empolgou na
noite, misturando boas canções solo -como "Janta", sua
parceria com Mallu Magalhães- com duas do repertório
do Los Hermanos: "Pois É" e
"Morena". Despediu-se e foi
embora, sem bis, depois de uma
hora de música.
Já a tenda na qual tocaram os
ingleses Neon Neon e Klaxons
recebeu menos gente do que na
apresentação de Kanye West,
na quarta. Enquanto neste dia o
local parecia abrigar metade de
sua capacidade (4.000 pessoas), anteontem a ocupação
devia chegar a um terço.
Parte do público reclamou da
ausência do Gossip, que cancelou por "conflito de agenda".
O vazio na tenda interferiu
na temperatura dos shows. O
Klaxons, que ao vivo mistura
teclados oitentistas com guitarra e baixo barulhentos e vocais melódicos, animou quem
estava próximo ao palco.
A banda tocou poucas músicas novas, que mostram o Klaxons olhando mais para o garage rock do que para as raves.
Avaliação: bom (Marcelo Camelo e Klaxons)
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