São Paulo, sábado, 25 de outubro de 2008

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TIM FESTIVAL

Crítica/Marcelo Camelo/Klaxons

Público também falta na noite em que houve dois cancelamentos

Ex-Los Hermanos fez apresentação intimista, enquanto banda inglesa preferiu investir em barulho de guitarra

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
THIAGO NEY

DA REPORTAGEM LOCAL N a "noite dos cancelamentos" do Tim, não apenas a escalação ficou esburacada, mas também a platéia. As duas principais atrações de anteontem da perna paulista do evento, Marcelo Camelo e Klaxons, não conseguiram lotar suas apresentações.
Camelo tornou-se a atração principal do palco do Auditório Ibirapuera após o cancelamento do inglês Paul Weller. Os efeitos da ausência de Weller eram visíveis nas diversas cadeiras vazias do lugar -enquanto a participação do inglês esteve confirmada, os ingressos estavam esgotados.
Seus substitutos -Roberta Sá, que abriu a noite, e Arnaldo Antunes, que a fechou- tocaram para quase ninguém, mas fizeram bons shows apesar disso, especialmente a cantora.
Sem Weller, a grande atração da noite foi o ex-Los Hermanos Marcelo Camelo, que tocou para um auditório cheio, ainda que não lotado, de fãs. O clima, adequado ao estilo mais introspectivo que Camelo adotou em seu disco solo, estava longe da histeria que cercava os shows dos Hermanos: o público cantou, mas não berrou.
O cantor entrou no palco pouco antes das 22h30, num estilo João Gilberto: carregando o violão, sentou-se sozinho no banquinho e cantou a acústica "Passeando". Em seguida, recebeu a banda Hurtmold, que o acompanha no disco ("Sou") e na turnê. Ele estranhou a baixa interação da platéia. "Todo mundo confortável? Vocês estão tão calados."
A partir daí, emendou a seqüência que mais empolgou na noite, misturando boas canções solo -como "Janta", sua parceria com Mallu Magalhães- com duas do repertório do Los Hermanos: "Pois É" e "Morena". Despediu-se e foi embora, sem bis, depois de uma hora de música.
Já a tenda na qual tocaram os ingleses Neon Neon e Klaxons recebeu menos gente do que na apresentação de Kanye West, na quarta. Enquanto neste dia o local parecia abrigar metade de sua capacidade (4.000 pessoas), anteontem a ocupação devia chegar a um terço.
Parte do público reclamou da ausência do Gossip, que cancelou por "conflito de agenda".
O vazio na tenda interferiu na temperatura dos shows. O Klaxons, que ao vivo mistura teclados oitentistas com guitarra e baixo barulhentos e vocais melódicos, animou quem estava próximo ao palco.
A banda tocou poucas músicas novas, que mostram o Klaxons olhando mais para o garage rock do que para as raves.

Avaliação: bom (Marcelo Camelo e Klaxons)



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