São Paulo, terça-feira, 25 de outubro de 2011

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CRÍTICA DRAMA

Em "Loverboy", Mitulescu põe a Romênia diante do espelho

CRÍTICO DA FOLHA

Após acertar as contas com o socialismo, a Romênia se vê no espelho. Diante de si mesma, em "Loverboy", a imagem não é das melhores.
Aqui, de um lado, ficam garotas como Veli, sujeitas a famílias pobres e antiquadas: incapazes de compreender seus anseios. De outro, estão sujeitos como Luca, para os quais o dinheiro é o único valor a ser reverenciado.
A experiência do capitalismo se faz a poder de máfias, é certo. A que vemos atuar é a de rapazes que vendem mulheres para prostituição na Itália. Bem repulsiva, já se vê.
Num longa que a princípio desenvolve uma dramaturgia tradicional, Catalin Mitulescu introduz pequenas rupturas de tempo e espaço capazes de desorientar o espectador.
A trama coloca Luca suspenso entre a ganância e os sentimentos, mas o personagem mais marcante talvez seja um intruso (na história): o avô de Luca, que parece carregar o peso de uma vivência de guerras, resistência, Ceausescu, Máfia, democracia.
Talvez tudo isso não tenha sido mais que um atalho para a senilidade. A nova Romênia segue um mistério. (IA)

LOVERBOY
DIREÇÃO Catalin Mitulescu
PRODUÇÃO Romênia/Suécia/Sérvia, 2011
QUANDO hoje, às 14h, no Espaço Unibanco
CLASSIFICAÇÃO 18 anos
AVALIAÇÃO bom



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