São Paulo, domingo, 25 de novembro de 2007

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Zé Celso apresenta série sobre "Zés"

Futura estréia amanhã programa que conta histórias de anônimos e famosos com o nome em comum

CRISTINA FIBE
DA REPORTAGEM LOCAL

José Celso Martinez Corrêa encena poemas de José Oswald de Andrade em meio a entrevistas com célebres e anônimos "Zés" brasileiros. A série, que estréia amanhã, no Canal Futura, transforma uma idéia simples -aproveitar o nome comum para abordar diferentes assuntos- em uma forma complexa de entrelaçar histórias e explorar temas.
Zé Celso virou apresentador por acaso, a pedido do diretor e idealizador do programa, Belisário Franca. "Ele veio me entrevistar e achou que eu tinha o perfil para ser o plugador dos 13 programas", conta o dramaturgo, ator e diretor. Em dois dias, sua participação em todos os episódios já estava gravada.
O primeiro episódio é o que traz o apresentador também como entrevistado. "Começo por mim: me chamo José Celso Martinez Corrêa. Mas pode me chamar, se quiser, de Zé."
Em um cenário teatral, feito de cordas enlaçadas e caixotes de madeira e marcado pelo jogo de luzes, ele encena os poemas enquanto a edição, não-linear, passeia entre os outros temas.
O programa de amanhã traz um depoimento do ator Paulo José; do artista de circo Zé Carlos, parte de um projeto social no Rio; e do palhaço Zé Ricardo, o Bebé, do Rio Grande do Sul. Além de histórias do Teatro Oficina e da carreira de Zé Celso.
O dramaturgo conta, neste episódio, a origem de seu José (nome do avô paterno, português, que se casou com uma índia no Brasil) e de Celso (do avô materno). "Mas Zé é o nome que mais adoro, porque Zé não é nada, Zé é ninguém, Zé é todo mundo. E eu sou todo mundo."

Próximas atrações
Os próximos episódios tratarão de imigração, literatura, cinema, samba e futebol, entre outros temas. O bibliófilo José Mindlin, o cantor Zezé Di Camargo, o ator José Mayer e o diretor Zé do Caixão são alguns dos entrevistados da série.
À Folha, Zé Celso afirma não saber se o programa do Futura terá outras temporadas além desta, de 13 episódios. "Se o programa pegar, Zé é o que não falta! Dá pra fazer também sobre Marcelo... Que outros nomes são comuns hoje?", brinca.
Apesar de dizer quase não assistir à TV, Zé Celso afirma ter outros projetos para levar o teatro à tela. "Gosto [de televisão], mas acho a TV no Brasil, no mundo todo, muito chata", diz, emendando que se "dá muito bem" nesse meio.
"Meu sonho é fazer "Cacilda" [texto biográfico sobre a atriz Cacilda Becker, morta em 1969] na TV. Toda a carreira dela. Tenho idéia de fazer com muitas atrizes, como uma boneca russa, vai abrindo, sai Fernanda [Montenegro], sai Marília Pêra, depois uma atriz mais nova. A Cacilda contém um embrião de todas as atrizes."


ZÉS
Quando:
amanhã, às 23h30
Onde: Canal Futura


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