São Paulo, segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

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"Eragon" remodela fantasia medieval

Baseado em série de livros de sucesso, filme pega carona em "O Senhor dos Anéis'; diretor, ator e autor são estreantes

Autor começou a escrever história aos 15 anos de idade; veteranos como Jeremy Irons e John Malkovich estão no elenco

Divulgação
No alto, Jeremy Irons (à dir.) faz o mentor de Eragon (Edward Speleers)


MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DE LONDRES

É Natal e, pelo visto, as platéias não se comportaram bem durante o ano, porque o "presente" que Hollywood lhes traz é uma versão remodelada da velha fantasia mágica-medieval baseada em uma série de livros de sucesso. "Eragon" é a história de um garoto de origem humilde que se descobre herdeiro da lendária Ordem dos Cavaleiros de Dragões e, montado em seu cuspidor de fogo alado, vai enfrentar as forças do mal que dominam o reino de Alagaësia.
O filme é baseado na "Trilogia da Herança", que o americano Christopher Paolini, 23, começou a escrever aos 15 anos e cujo sucesso o catapultou para a fama, inclusive no Brasil.
O que a adaptação traz de novo, além dos efeitos especiais que dão vida ao dragão Saphira, é a equipe: diretor (Stefen Fangmeier), ator principal (Edward Speleers) e autor (Paolini) são todos iniciantes.
Para balancear, atores conhecidos foram escalados para outros papéis, como John Malkovich (o vilão Galbatorix), Jeremy Irons (o mentor de Eragon, Brom) e Rachel Weisz (dando voz a Saphira).
A Folha entrevistou o diretor Fangmeier e os atores Speleers e Irons em Londres, durante o lançamento do filme.
O mais experiente do grupo, Irons fala sobre o fato de o livro ter sido escrito por um autor de 15 anos: "O autor tem a mesma idade do personagem, isso dá uma certa integridade à obra".

Pressões
Irons, mais célebre por papéis em filmes adultos, explica que "não há uma regra" que ele siga para escolher as produções das quais vai participar. "Escolho os filmes como escolho o jantar: depende do meu apetite e do que minha mente diz que eu quero e preciso."
Sobre os atrativos que vê no papel de Brom, Irons diz: "Gosto do lado anárquico dele, personagens que fazem seu próprio caminho me agradam".
Para o novato Ed Speleers, 19, Irons serviu como guia, dando-lhe conselhos e encorajando-o. Sobre a experiência de estrear no cinema em uma superprodução, Speleers diz que a maior surpresa foi com a longa duração da empreitada.
"Gastávamos quatro, cinco dias para gravar uma cena", diz, sobre as filmagens na Hungria e na Eslováquia. O diretor Stefen Fangmeier estava ciente da pressão para que seu primeiro filme fosse um sucesso.
"Todo o futuro da minha carreira depende do sucesso deste filme", diz Fangmeier, que se mostra confiante pois sabe que seu filme é um investimento em um caminho já trilhado e, portanto, uma aposta de baixo risco. "É um bom jeito de estrear, porque as audiências estão famintas por filmes de fantasia desde que "O Senhor dos Anéis" abriu as portas."


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