São Paulo, quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Texto Anterior | Índice

Obra deixa escapar missão dos "édens"

EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL

Um livro que exalte os jardins botânicos brasileiros (por mais escassos que eles sejam) e os estrangeiros, de imediato, merece atenção.
No mínimo, a obra "Do Éden ao Éden, Jardins Botânicos e a Aventura das Plantas" realça levemente a importância, mesmo que em tom acadêmico, que esses espaços têm para um dos principais dilemas mundiais: a preservação da biodiversidade.
Talvez essa costura mais explícita a favor da pesquisa, tema que aparece no livro de forma quase marginal, fosse um caminho mais interessante para os leitores.
Ao exaltar demais os "édens", corre-se o risco de passar a idéia errada de que eles serão suficientes para manter toda a vida em pé.
Salta da obra outro fato: a pobreza com que a cultura nacional se relaciona com seus jardins botânicos. Apesar de que, na Europa, jardins bonitos, como o do Palácio de Schönnbrunn (Viena), acabam sendo ovacionados por tabela pelos turistas, que vão mesmo é conhecer as intrigas palacianas, além da arquitetura do local.
O caminho, aqui, é vender os espaços como algo vivo, integrado com o mundo real. Afinal, é bem melhor ver uma seringueira na Amazônia do que no jardim botânico de Kew (Inglaterra).


DO ÉDEN AO ÉDEN
Autores: Gil Felipe e Lilian Zaidan
Editora: Senac
Quanto: R$ 80 (322 págs.)
Avaliação: bom



Texto Anterior: Rio apresenta suas "árvores notáveis"
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.