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Obra deixa escapar missão dos "édens"
EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL
Um livro que
exalte os jardins botânicos
brasileiros (por mais escassos que eles sejam) e
os estrangeiros, de imediato, merece atenção.
No mínimo, a obra
"Do Éden ao Éden, Jardins Botânicos e a Aventura das Plantas" realça
levemente a importância, mesmo que em tom
acadêmico, que esses espaços têm para um dos
principais dilemas mundiais: a preservação da
biodiversidade.
Talvez essa costura
mais explícita a favor da
pesquisa, tema que aparece no livro de forma
quase marginal, fosse
um caminho mais interessante para os leitores.
Ao exaltar demais os
"édens", corre-se o risco
de passar a idéia errada
de que eles serão suficientes para manter toda a vida em pé.
Salta da obra outro fato: a pobreza com que a
cultura nacional se relaciona com seus jardins
botânicos. Apesar de
que, na Europa, jardins
bonitos, como o do Palácio de Schönnbrunn
(Viena), acabam sendo
ovacionados por tabela
pelos turistas, que vão
mesmo é conhecer as intrigas palacianas, além
da arquitetura do local.
O caminho, aqui, é
vender os espaços como
algo vivo, integrado com
o mundo real. Afinal, é
bem melhor ver uma seringueira na Amazônia
do que no jardim botânico de Kew (Inglaterra).
DO ÉDEN AO ÉDEN
Autores: Gil Felipe e Lilian Zaidan
Editora: Senac
Quanto: R$ 80 (322 págs.)
Avaliação: bom
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