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Mika dancing
Já ouviu falar? Libanês, 23 anos, ele é uma grande aposta pop para 2007;
comparado a Freddie Mercury, Scissor Sisters e Prince, sua dançante
"Grace Kelly" está no topo da parada britânica
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Ele é pianista de origem erudita, canta em falsete, tem obsessão pela disco dos anos 70 e
de Freddie Mercury esqueceu
apenas o bigode. Seu nome é
Mika e ele está prestes a tomar
conta do mundo pop.
O apelo de Mika é imediato.
Ele ainda não tem álbum lançado -sua estréia, "Life in Cartoon Motion", sai na Europa no
próximo dia 5; no Brasil, chega
entre fevereiro e março-, mas
já está no topo da parada.
Amparado por extensa rotação na Radio 1 e por melodia
que remete a Prince, Scissor
Sisters e Queen, o single "Grace
Kelly" chegou ao nš 1 no Reino
Unido na semana passada
-tornou-se a segunda canção
da história do país a alcançar o
topo apenas com as vendas por
download; a primeira foi
"Crazy", do Gnarls Barkley.
O cantor é a principal aposta
da gravadora Universal para
2007. "Acabei de fazer uma turnê por rádios inglesas, excursionei pela Europa, agora estou
nos Estados Unidos... Essas últimas semanas têm sido uma
loucura. É muito trabalho. Estou muito feliz, mas não sabia
que teria de sacrificar tanta coisa...", diz Mika por telefone à
Folha, de Los Angeles.
"Após os shows, sempre encontro pessoas interessantes,
que vêm falar comigo e me convidam para sair. Mas agora eu
tenho de recusar, pois no dia
seguinte tenho de acordar às 7h
para pegar um avião. É estranho, quando você tem a oportunidade de curtir um pouco,
não ter mais tempo", conta o
rapaz de 23 anos, nascido no Líbano, filho de pai norte-americano e mãe libanesa.
Mika deixou o Líbano com
pouco mais de um ano, devido
aos conflitos no país. Passou a
infância em Paris e, depois, mudou-se para Londres. "Mas, se
você entrar na minha casa, verá
na hora que está numa casa libanesa. Não tem jeito: por menor que seja sua ligação com o
Líbano, ela se sobressairá."
Segundo Mika, a infância em
Paris foi "agradável". Já a adolescência em Londres não deixa boas memórias. Na escola,
sofria com seu visual glam.
Quando não estava envolvido
em problemas, ficava isolado.
"Não conseguia mais ficar na
escola e fiquei sem estudar por
seis meses. Para eu ter algo a fazer, minha mãe contratou um
professor russo para me dar aula de canto e piano. Como eu
não tinha mais nada, me dediquei àquilo. E me dei bem. A
música me colocou na linha."
Aos 11 anos, Mika cantou em
uma peça de Strauss no imponente Royal Opera House, de
Londres. Ali, decidiu o que queria fazer para o resto da vida.
"Naquela performance, percebi que eu poderia ter uma outra vida. Eu senti que tinha de
fazer parte desse mundo em
que é possível criar uma ilusão.
Você trabalha o dia inteiro para
criar uma ilusão. Não sabia, na
época, se eu iria ser um ator,
um designer, um cenógrafo ou
um cantor, mas queria ser uma
dessas pessoas que cria um
mundo de ilusão."
Apaixonado por pop, Mica
Penniman deixou definitivamente a música erudita. Um fato curioso: uma de suas gravações chegou a Simon Cowell, o
hoje jurado do "American
Idol". Cowell disse a Mika: "Você tem uma boa voz, mas suas
letras... Nem tente arrumar um
contrato". Pois é...
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