São Paulo, segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

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"Baby Blues" ri do cotidiano dos pais

Quadrinistas norte-americanos abordam com humor a aventura de cuidar de um bebê recém-nascido

PEDRO CIRNE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O que é mais difícil: realizar os famosos Doze Trabalhos de Hércules, completar uma maratona, escalar o Everest ou ser pai ou mãe e ter de cuidar de um bebê recém-nascido? Se você já descartou a última alternativa, provavelmente ainda não teve filhos, nem leu "Baby Blues - O Bebê Chegou... E Agora?!", história em quadrinhos recentemente publicada no Brasil.
Assim como tudo que um bebê faz em seus primeiros meses (ou anos) de vida é uma descoberta fenomenal para seus pais, também pode virar motivo de piada. Jerry Scott (roteiros) e Rick Kirkman (desenhos) criaram uma tira sobre os primeiros momentos de um casal "promovido" há pouco tempo a pais: Darryl e Wanda, além da recém-nascida Zoe.
Embora tudo gire em torno de Zoe, os protagonistas são os pais e suas reações à dura tarefa de cuidar de uma criança. A bebê está com cólica! Ela sorriu! Vomitou no meu ombro! Apertou meu nariz! Tudo é uma aventura e, entre uma e outra troca de fralda, o rico cotidiano de um casal aprendendo a cuidar de um bebê é um farto material para uma história em quadrinhos de costumes.
A falta de sono, o excesso de cansaço e a dúvida eterna sobre estar ou não fazendo a coisa certa que Darryl e Wanda enfrentam podem até soar como um "desestímulo" a ter filhos. Não é o caso: é apenas o saudável hábito que os humoristas têm de aprender a rir das dificuldades. Tanto não é um "desestímulo" que a pequena Zoe cresceu e ganhou irmãos: Hamish (criado em 1998) e Wren (de 2002). Ambos não aparecem neste livro, que retrata as primeiras histórias da família.
Na vida real, a família também aumentou. Quando a tira "Baby Blues" (publicada em jornais brasileiros como "Zoé e Zezé") surgiu nos Estados Unidos, em 1990, apenas Scott, o roteirista, havia sido pai -tinha duas filhas, de seis e três anos.
Kirkman, mesmo depois de desenhar tantas olheiras, ombros cansados e vômitos nos ombros dos pais, teve dois filhos desde que a série começou. "Baby Blues" foi eleita a melhor tira dos EUA pela Sociedade Nacional de Cartunistas em 1995 e, em 2002, Scott foi premiado o melhor cartunista estrangeiro no Adamsson Awards, da Suécia -um dos 28 países em que a HQ é publicada. Afinal, se a hercúlea tarefa de cuidar de um bebê é apreciada em qualquer parte do mundo, saber rir destas situações tão cotidianas e próximas de qualquer leitor também rompe fronteiras.


BABY BLUES - O BEBÊ CHEGOU... E AGORA?!
Autores: Jerry Scott e Rick Kirkman
Editora: Devir
Quanto: R$ 23 (128 págs.)



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