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Hot Chip faz soul music com a ajuda de sintetizadores
Responsável por hits dançantes como "Ready for the Floor", o quinteto britânico de electro-pop lança quarto álbum, "One Life Stand", em fevereiro
DA REPORTAGEM LOCAL
Em seu Twitter (http://twitter.com/Hot-chip), alguém do Hot Chip escreveu, citando Frank Zappa: "Entrevistar alguém é uma das coisas
mais anormais que você pode
fazer a uma pessoa. Está a dois
passos da Inquisição".
Então quando Alexis Taylor,
um dos vocalistas do Hot Chip,
aparece no telefone para esta
entrevista, pergunto: "Como
podemos fazer com que esta
entrevista seja um pouco menos dolorosa para você?".
Ele dá uma risada: "Não fui
eu! Acho que foi o Joe [Goddard, outro vocalista da banda
e que discotecou num festival
em São Paulo no final de 2009].
Não acho que haja nada errado
com entrevistas. Mas prefiro
quando ela transcorre como se
fosse uma conversa".
Nos últimos três anos, o Hot
Chip saltou do underground
dance de Londres para colaborações com gente como Peter
Gabriel, Kylie e Robert Wyatt,
além de presença nos principais festivais pop do mundo.
Mas a timidez e a aversão aos
holofotes parecem ter permanecido intactas. "Fazemos música, tocamos ao vivo. É o que
queremos. Não quero me tornar uma celebridade", diz.
Taylor está aqui para falar
sobre "One Life Stand", o quarto disco do Hot Chip, quinteto
que criou hits como "Over and
Over" e "Ready for the Floor".
A partir de sintetizadores e
de um baixo dançantes, o grupo
cria canções de alma quente,
melodias que alternam melancolia e um prazer festeiro. Seria
um disparate comparar a eletrônica pop e dançante do Hot
Chip com soul music?
"Espero que seja isso mesmo", afirma Taylor. "Fazer músicas com um clima soul é um
objetivo importante. Mas é algo que ocorre naturalmente,
não dá para ser forçado, não
quero fazer "soul plastificado".
Não dá para sermos como Stevie Wonder, como os caras da
Stax, Motown. Não precisamos
copiá-los, mas, sim, tentar incorporar aquele espírito."
Sossego
Enquanto os dois discos anteriores, "The Warning"
(2006) e "Made in the Dark"
(2008), são carregados de linhas eletrônicas e arranjos
complexos, "One Life Stand",
que chega às lojas em fevereiro,
é mais "simples", diz Taylor.
"Quando entramos no estúdio, tínhamos algumas ideias.
Queríamos um álbum com produção mais sossegada, mais
tranquila do que os outros dois,
com batidas mais "espaçadas".
Talvez um disco mais coerente.
Mais simples, mais direto."
Músicas como "One Life
Stand" e "Take It In", que já circulam pela internet, colam no
ouvido, mas sem o mesmo imediatismo pop de hits como
"Ready for the Floor"
"Não sei se as novas músicas
serão tão bem-sucedidas [como
hits passados]. São canções diretas, são pop, mas talvez menos pop do que as anteriores",
afirma o vocalista.
O que o Hot Chip ouvia enquanto "One Life Stand" estava
sendo produzido? "Bastante
Prince, Beatles, [o produtor de
tecno] Derrick May", elenca
Taylor.
(THIAGO NEY)
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