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TELEVISÃO
Cerimônia pós-11 de setembro valoriza discursos
ESTHER HAMBURGER
ESPECIAL PARA A FOLHA
Sem tanto figurino ou cenário, o
tom da cerimônia de entrega do
Oscar foi relativamente discreto.
O 11 de setembro foi lembrado
desde a abertura e esteve presente
na mensagem de união nacional
com premiações e homenagens.
As apresentações suscitaram mais
comentários pelo texto proferido
que pelos trajes exibidos.
Oscar é suspense, torcida e
aposta -ao vivo, o que coloca
problemas para transmissão em
outras línguas. A cobertura brasileira mais uma vez se ressente da
distância. Os trajes formais dos
apresentadores daqui só fazem
salientar seu afastamento.
Grande parte do interesse do espetáculo vem de uma nesga de
"reality show" que ele mantém.
Os astros, situados na platéia, como espectadores normais, se
emocionam surpreendidos. Chamados ao palco para receber uma
estatueta, improvisam com a voz
embargada, ou recorrem a pedaços de papel para proferir listas de
agradecimentos.
Estar presente faz diferença. Comentários de Ana Maria Bahiana,
no Telecine, feitos in loco, interpretaram um pouco do significado das premiações no jogo da academia. Aqui o choque de idiomas
não incomoda.
José Wilker se sai melhor comentando filmes do que dialogando com internautas brasileiros. Rubens Ewald, pouco afinado
com Marília Gabriela, que tropeçou várias vezes na estréia, fornece dados históricos úteis.
Erros de sincronia entre som e
imagem em ambos os canais também salientam que somos de fora,
assistimos um espetáculo dos outros -o que, afinal, é verdade,
por mais que Hollywood se queira
como centro de produção do cinema como linguagem universal.
Esther Hamburger é professora da
ECA-USP e editora do site Trópico
(www.uol.com.br/tropico)
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