São Paulo, sábado, 26 de março de 2005

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FILMES

CINEMA

"Nos Braços de Estranhos" relembra Holocausto

O 13º Aniversário
SBT, 14h15.
 
(Thirteenth Year). EUA, 1999. Direção: Duwayne Dunham. Com Chez Starbuck, Dave Coulier. Chegando aos 13 anos, filho de uma sereia (criado por pais adotivos) começa a sentir na pele os sintomas de sua condição ambígua, ou melhor, anfíbia.

Fenômeno
SBT, 16h30.
  
(Phenomenon). EUA, 1996, 123 min. Direção: Jon Turteltaub. Com John Travolta, Kyra Sedgwick, Forest Whitaker. Mecânico de automóveis é atingido por uma misteriosa descarga de energia (ou algo assim), a partir do que começa a se transformar num intelectual de primeira.

Jesus de Nazaré
Record, 21h50.
  
(Jesus Of Nazareth). Inglaterra/ Itália, 1976, 130 min. Direção: Franco Zeffirelli. Com Robert Powell, Anne Bancroft. A vida de Jesus: da manjedoura à ressurreição, passando pelas peregrinações, os sermões e a crucificação. Cristo segundo Zeffirelli, isto é, com alma de coroinha

Cara, Cadê meu Carro?
Globo, 23h35.
 
(Dude, Where's my Car?). EUA, 2000. Direção: Danny Leiner. Com Ashton Kutcher, Sean William Scott, Jennifer Garner, David Herman. Dois amigos acordam sem saber o que aconteceu na noitada. Pior, nem sabe onde deixaram o carro. Comédia adolescente opaca, mas com a presença de uma Jennifer Garner pré-"Alias".

O Corcunda de Notre Dame
SBT, 0h.
  
(The Huntchback). EUA, 1997, 98 min. Direção: Peter Medak. Com Mandy Patinkin, Salma Hayek, Richard Harris. Hayek faz a bela cigana Esmeralda, por quem se apaixonam Frollo (Harris) e, de modo diferente, Quasimodo (Patinkin), o corcunda que habita a catedral de Paris. Versão para TV a cabo do romance de Victor Hugo.

Nos Braços de Estranhos
SBT, 2h.
   
(Into the Arms of Strangers). EUA, 2000, 122 min. Direção: Mark Jonathan Jarris. Sobreviventes do Holocausto recordam o que foi a perseguição e o assassinato em massa de judeus, antes e durante a Segunda Guerra Mundial.

Segredos e Mentiras
Bandeirantes, 2h30.
 
(Secrets & Lies). 1996, 132 min. Direção: Mike Leigh. Com Brenda Blethyn, Timothy Spall, Phyllis Logan, Claire Rushbrook. Quando sua mãe adotiva morre, Hortense, uma mulher negra e bem-sucedida, decide ir em busca de sua mãe natural. Hortense a localiza e, além da surpresa por descobrir que ela é branca, se depara com uma problemática família da classe operária.

Marujos Muito Loucos
Globo, 3h15.
 
(McHale's Navy). EUA, 1997, 108 min. Direção: Bryan Spicer. Com Tom Arnold, David Alan Grier, Dean Stockwell. Marinheiros de base aérea norte-americana em ilha do Caribe não têm muitas preocupações na vida, a não ser driblar as medidas disciplinares do capitão Binghampton (Stockwell). Comédia que retoma os personagens de série de TV dos anos 60.

A Vida em Preto-e-Branco
SBT, 4h15.
   
(Pleasantville). EUA, 1998, 124 min. Direção: Gary Ross. Com Tobey Maguire, Reese Witherspoon. Depois de uma briga, dois adolescentes que brigam diante da TV porque um deles quer ver capítulos de um velho sitcom, vão parar, por artes de um controle remoto, em Pleasantville, nos anos 50. Comédia que marca a estréia na direção do roteirista Ross. Vale conferir. Só para São Paulo. (IA e PAULO SANTOS LIMA)

TV PAGA

O drama do filho na "Paixão" e em "Nemo"

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Estranho sábado de Aleluia, que juntou no mesmo barco "A Paixão de Cristo" (Telecine Premium, 21h) e "Procurando Nemo" (HBO, 21h).
Já que o horário coincide, o espectador pode fazer uma escolha exclusivamente religiosa. O que seria mais cristão? A representação do sofrimento final de Cristo, debaixo de pancadas, e sua posterior morte? Isso é o que faz Mel Gibson em seu filme, em todo caso. Ou o desenho animado sobre um peixe que atravessa o oceano em busca de seu filho?
Obrigado, paranóico leitor: posso não ser muito católico, mas sei bem o que significa a Paixão do ponto de vista religioso. Mas o cristianismo se funda sobre a ligação não rara tensa entre pais e filhos. Na cruz, Jesus pergunta ao pai: "Por que me abandonaste?"
Nemo não abandona seu filho, o que faz dele um pai senão mais perfeito, ao menos mais humano do que o Criador. Deus tem o direito de jogar seu filho às feras, a pretexto de salvar a humanidade.
"Nemo" é um dos bons desenhos da época da animação computadorizada, que reergueu e expandiu essa técnica. Não por enquanto, pois na Hollywood infantilizada de hoje a animação é com freqüência um escape.
Já a "Paixão", tal como vista por Mel Gibson, parece mais um acontecimento circense, semelhante aos espetáculos de gladiadores. Gibson enfatiza as violências sofridas por Jesus.
OK, elas são terríveis, mas meramente físicas. Gibson não procura nos comover pelo poder simbólico desse sofrimento, mas pelo que há de hiperbólico nele. Com o perdão da palavra, do ponto de vista físico o sofrimento de Jesus é muito menor do que o de qualquer torturado (dos nosso tempos ditatoriais ou de nossas delegacias de sempre). Gibson falha porque sua fé é superficial, ali onde "Nemo" se dá bem por acreditar efetivamente no Pai.


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