São Paulo, sexta-feira, 26 de março de 2010

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Crítica

"Sem Destino" revela a inquietação de uma época

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Mais do que um título, "Sem Destino" (TCM, 0h; 12 anos) era um programa de vida, quando foi lançado, em 1969.
Era, digamos, quase uma recomendação aos jovens: sair pela estrada com uma mochila nas costas, porque era lá que estava a vida, não em casa.
De um modo ou de outro, quase todo mundo na época saiu. Uns foram ser guerrilheiros, outros, hippies.
Houve quem corresse a América Latina até os Estados Unidos, ou partisse da Europa para a Índia.
Dito assim, parece ficção científica. Não havia ainda câmeras de segurança mandando as pessoas sorrirem nos elevadores porque estão sendo filmadas (e por que devemos sorrir quando filmados?).
Havia os beatniks, poetas rebeldes, que no fundo estavam por trás do filme de Dennis Hopper.
Havia uma mudança acontecendo no mundo todo que rebatia na incrível inquietação dos jovens.
Outro dia, o poeta Roberto Piva disse desse tempo: "Não sobrou nada". Com efeito.


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