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EVENTO
Artistas fazem intervenções, como desenhos e fotografias, em espaços de BH
Banheiros de bar viram obras de arte
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Banheiros de boteco são sempre
uma incógnita, além de serem a
parte menos nobre do ambiente.
Por isso a organização do festival
Comida di Buteco, em sua sétima
edição, criou o Arte no Banheiro.
Durante os 30 dias do festival
gastroetílico que ocorre em Belo
Horizonte, trabalhos de 36 artistas, todos residentes na capital
mineira, tornarão atrativos os 72
banheiros dos 36 bares participantes do evento. O projeto integra a programação cultural que
acompanha o festival, que teve
início no último dia 17.
Os freqüentadores dos botecos
poderão apreciar e interagir com
instalações, intervenções, pinturas, desenhos, grafites e trabalhos
em computação gráfica e fotografia que alteraram os espaços dos
banheiros dos bares.
Luiz Flávio, curador do projeto
Arte no Banheiro, disse que os artistas contemporâneos convidados e selecionados trabalham
com diferentes linguagens e sentidos, pensando especificamente o
contexto do evento e do banheiro
e a relação que o público tem com
ambos. Até o cheiro é explorado,
por meio de uma intervenção
com perfumes realizada por Kleison Patrício.
Demora
As mulheres incomodadas com
a demora de outras freqüentadoras do banheiro feminino do tradicional Silvio's Bar, no bairro Esplanada, poderão tocar a campainha instalada pelo artista plástico
Renato Madureira, 46.
Enquanto isso, os homens poderão exercer o lado voyeur, segundo o artista, observando por
um olho mágico o que se passa
dentro do pequeno banheiro
masculino do Silvio's.
Intitulado "Eu Também Faço
Cinema", o trabalho de Madureira busca "uma interferência sutil
na relação de um lugar social com
a parte íntima desse ambiente,
por meio de imagem e som".
No Bar do João, na região da
Pampulha, Marco Antônio Poubel Ministério Filho, 23, fez a integração dos banheiros feminino e
masculino com desenhos e escritos em bico de pena.
Frases de anotações pessoais ligam os dois banheiros, que estão
sob o mesmo teto, separados por
uma divisória. As palavras e os
desenhos envolvem os ambientes,
inclusive as pias e as privadas.
Foram 12 horas de trabalho durante sete dias para que Poubel
deixasse o lugar pronto. Poderiam ter sido cinco dias, não fossem dois dias perdidos por causa
de um usuário do banheiro que
borrou desenhos e palavras com
fezes.
O festival poderá ocorrer também nos festivais de outras capitais do país, como o de São Paulo,
onde acontece em outubro com o
nome de Boteco Bohemia.
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