São Paulo, quinta-feira, 26 de abril de 2007

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Crítica

"Amores Brutos" mostra pobreza meio pernóstica

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Alejandro González Iñárritu gosta de histórias em que várias histórias paralelas se encontram, de preferência a partir de acidentes, e não necessariamente em sincronia paralela.
Iñárritu não cultiva a herança melodramática do cinema mexicano nem as comédias. Seus filmes parecem dever bem mais a Quentin Tarantino. São sérios e também violentos, como "Amores Brutos" (Telecine Cult, 22h), em que, se podemos buscar um centro, talvez ele seja as lutas de cachorros.
Mas o deslocamento do espectador é ao menos em parte o fundamento de seus filmes. No caso de "Amores Brutos", há também a pobreza (e o contraste com a riqueza, bem entendido). Não a pobreza íntegra que vitimava Pedro Armendáriz nos melôs românticos de Emilio Fernandez. Trata-se de uma pobreza realista, sem charme, com pessoas se decompondo à nossa frente. O charme, ao menos para quem é tocado por ele, vem da construção. Que a mim, francamente, parece apenas meio pernóstica.


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