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CINEMA EM NOVA YORK
No Tribeca, sala lotada aplaude "Tropa" sem grande ênfase
DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK
Com os 750 ingressos esgotados e uma fila para lista
de espera formada com duas
horas de antecedência, o longa "Tropa de Elite" teve na
noite de anteontem sua primeira exibição pública nos
EUA, no Festival Tribeca, em
Nova York.
Entre risadas em falas como "o senhor é um fanfarrão" (que virou "you are a joke" na legenda) e silêncio absoluto em outras como "põe
no saco" ("bag him"), o filme
foi aplaudido por cerca de
dez segundos, sem grande
ênfase, pelos espectadores.
Entre o público (na casa dos
30 anos) do auditório da Universidade Pace, falava-se
mais inglês que português.
Após a exibição, metade dos
espectadores ficou para ouvir José Padilha falar sobre o
filme e a violência no país.
As perguntas do público:
"Qual foi a reação do Brasil
sobre o filme?", "Os policiais
desse filme são piores que os
de [documentário de Padilha] "Ônibus 174'?", "Algo
mudou?". "Não vou fingir
que o Brasil é um país seguro
para os turistas visitarem",
dizia o diretor, defendendo
filmes como "Cidade de
Deus" e "Notícias de Uma
Guerra Particular".
Para Padilha, foi boa a recepção -o longa não participa da mostra competitiva do
Tribeca, da qual ele é jurado.
"A platéia costuma ter duas
reações: a espontânea, como
foi aqui; e a outra, quando a
imprensa faz perguntas antes da exibição, como foi em
Berlim. Lá a imprensa brasileira fez as primeiras perguntas e aí ficaram falando
que o filme é fascista." "Tropa..." deve entrar em cartaz
nos EUA em setembro. No
próximo dia 5, será exibido
em Harvard, dentro de um
evento sobre criminalidade.
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