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"Grande Hotel" é o próximo volume da Coleção Folha
Vencedor do Oscar de melhor filme em 1932, longa serviu como veículo para algumas das maiores estrelas da época
Com Greta Garbo no papel de bailarina, filme mostra um hotel de luxo, com histórias românticas, cômicas e maliciosas
DA REPORTAGEM LOCAL
"Grande Hotel", sétimo volume da Coleção Folha Clássicos
do Cinema, foi concebido pelo
lendário produtor Irving G.
Thalberg como um "all star
vehicle", ou seja, veículo para
reunir em um filme algumas
das maiores estrelas do cinema
americano nos anos 30.
Quando "Grande Hotel" foi
lançado, em 1932, Thalberg tinha 33 anos e era considerado o
menino-prodígio da indústria.
Se Louis B. Mayer era o poderoso chefão da MGM, Thalberg
era o homem do dia-a-dia, responsável pelo controle da produção de cada filme.
A gênese se deu em 1929,
quando Vicki Baum, que havia
trabalhado como camareira em
luxuosos hotéis de Berlim, publicou na Alemanha um livro
sobre suas experiências. Thalberg leu a sinopse antes de o romance ser traduzido para o inglês. Mas os direitos já haviam
sido comprados para se tornar
um espetáculo da Broadway. O
produtor, então, convenceu a
MGM a cofinanciar a montagem teatral e garantir os direitos para o cinema, o que custou
ao estúdio, ao todo, US$ 35 mil.
A única condição era de que o
filme estreasse 15 meses após a
estreia da peça.
O faro de Thalberg se confirmou. A descrição dos bastidores de um hotel de luxo, com
histórias românticas, cômicas e
maliciosas nas quais se cruzam
clientes e funcionários encontrou grande aceitação do público e, só com o sucesso da produção teatral, a MGM recuperou seus investimentos.
A peça ficou dois anos em
cartaz e teve mais de 257 encenações. Thalberg deu início,
então, à produção do filme, escalando a maior estrela do cinema na época, Greta Garbo, para
viver a excêntrica bailarina
Grusinkaya. O roteiro mantém
um grande "suspense" para a
entrada triunfal de Garbo, que
só se dá aos 20 minutos de projeção. E é neste filme que a atriz
diz a famosa frase "I want to be
alone" ("quero ficar só", ou, em
tradução menos literal, "me
deixem em paz").
A estrutura do roteiro, fragmentado e com vários personagens de peso, permitia a contratação de um elenco múltiplo.
Além de Garbo, o estúdio escalou Joan Crawford, com o cuidado de que as duas não contracenassem -pois nada podia
ofuscar Garbo. Também fazem
parte os irmãos John e Lionel
Barrymore, considerados dois
dos melhores atores da época;
Wallace Berry, que havia feito
sucesso um ano antes com "O
Campeão", de King Vidor, e Lewis Stone, ator com o contrato
mais longo da história da MGM
(de 1924 a 1953).
"Grande Hotel" é um caso
único na história do Oscar: foi
indicado apenas como melhor
filme e ganhou o prêmio. Trata-se, afinal, do típico "filme de
produtor", além de um dos
exemplos máximos do modo de
operação do "star system"
hollywoodiano. Não por acaso,
os nomes de Garbo e Thalberg
são muito mais lembrados por
este filme do que seu diretor,
Edmund Golding.
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