São Paulo, segunda-feira, 26 de abril de 2010

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Renée Zellweger canta ruína em filme

Com elenco de peso, produção independente exibida no festival de Tribeca recebe críticas negativas

Divulgação
Cena de "My Own Love Song" (minha própria canção de amor)

CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK

Depois de fazer Marion Cotillard recriar Edith Piaf, em "Um Hino ao Amor" (2007), o diretor francês Olivier Dahan colocou Renée Zellweger para cantar Bob Dylan em "My Own Love Song" (minha própria canção de amor), que teve estreia internacional na semana passada, no Tribeca Film Festival, em Nova York.
Antes de entoar os versos românticos criados sob encomenda por Dylan, Zellweger passa por um sofrimento sem fim: em um acidente de carro, perde de uma só vez o marido, o movimento das pernas e a guarda do filho pequeno.
Sete anos depois, sem vontade de viver nem de cantar, ela depende de um único amigo, que escapou de um hospital psiquiátrico e fala com fantasmas e anjos. É com a ajuda do personagem vivido por Forest Whitaker que Zellweger sai a viajar pelas estradas americanas, sem saber que o objetivo final é rever o filho.
No caminho, "My Own Love Song" acrescenta elementos fantásticos, como pássaros desenhados sobre a película, ou que flertam com o clichê, como o casal de mendigos que, com uma história mais triste que a sua, devolve à cantora a vontade de subir ao palco.
Essa segunda parte da produção independente foi a maior responsável pelas críticas negativas que recebeu até agora. Para o site especializado "Screen Daily", a "propaganda boca a boca ruim poderia arruinar qualquer perspectiva comercial, mas, com o "pedigree" do material, o fator curiosidade poderia levar a obra surpreendentemente longe".
"My Own Love Song" sobrecarrega um elenco talentoso com uma premissa fraca, diálogos desajeitados e a crença benigna no poder curativo das almas arruinadas que se juntam para sarar um catálogo de feridas emocionais", diz o site.

Dupla brasileira
É também de "almas arruinadas" que é feito o único filme brasileiro presente no festival de Tribeca, "Elvis & Madona", do fluminense Marcelo Laffitte. Elvis (Simone Spoladore), uma garota lésbica e solitária, se apaixona por Madona (Igor Cotrim), um travesti que sonha em montar um espetáculo.
O casal aparentemente transgressor quer na verdade "encaretar" a vida, ser aprovado pela família e abandonar o velho estilo de vida.
Como em "My Own Love Song", é responsabilidade do casal de atores principais desviar o foco dos clichês que cercam o encontro de uma lésbica de classe média com uma drag queen à margem da sociedade.
"Elvis & Madona", que já passou por alguns festivais brasileiros e teve custo de pouco mais de R$ 1 milhão, ainda procura uma distribuidora para chegar aos cinemas.


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