São Paulo, terça-feira, 26 de abril de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Experiência como repórter embasa novo "thriller" de Michael Connelly

Autor usa estratégias do jornalismo para compor "O Espantalho"

ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA

O norte-americano Michael Connelly, 54, é um dos autores de romances policiais mais populares da atualidade. Vários de seus 24 livros chegaram ao topo da lista de best-sellers nos EUA.
Entre os personagens mais famosos de Connelly estão o detetive Harry Bosch (de "Echo Park" e "O Mirante") e o advogado Mickey Haller ("O Veredicto de Chumbo").
Um filme, "The Lincoln Lawyer", com Matthew McConaughey, adaptado de uma história com Mickey Haller, acaba de estrear nos EUA e tem estreia prevista para o fim de maio no Brasil.
A Suma de Letras, que já editara no país "Echo Park", "O Mirante" e "O Veredicto de Chumbo", está lançando "O Espantalho", com outro celebrado personagem, o repórter policial Jack McEvoy.
Para criar McEvoy, Connelly se inspirou em seu próprio trabalho como repórter policial. Por 14 anos, ele atuou em jornais na Flórida e na Califórnia.
Em "O Espantalho", McEvoy -um jornalista veterano com dificuldade de se adaptar à era da internet- acaba de ser demitido pelo jornal, mas antes tem de terminar uma reportagem, que o leva à pista de um assassino serial.
"O desafio foi tornar a história contemporânea", diz Connelly à Folha por e-mail.
"Não trabalho como repórter há 15 anos. Na minha época, não havia internet ou Twitter e nem sinal do imediatismo eletrônico atual. Eu quis criar um "thriller" que tivesse como pano de fundo o mercado jornalístico".
A experiência como repórter policial ajuda o Connelly escritor. Ele costuma entrevistar diversas pessoas para ajudar a compor suas histórias e seus personagens.
"No início de minha carreira de escritor, me inspirava muito em histórias que ouvia na rua", conta. "Mas, hoje, 15 anos depois, busco outras inspirações. Como jornalista, passo muito tempo com detetives e advogados, e as histórias que eles me contam servem como ponto de partida para meus romances."

EDGAR
Além de escrever romances policiais, Connelly é um estudioso do gênero.
Fã de Raymond Chandler, o autor foi presidente da Mystery Writers of America, uma associação fundada em 1945 que reúne escritores e fãs e que concede, todo ano, o importante Prêmio Edgar, batizado em homenagem a Edgar Allan Poe.
A lista de vencedores do Edgar inclui nomes de autores como Chandler, Ngaio Marsh, Elmore Leonard, Lawrence Bloch, J.J. Marric e John Le Carré.
Em uma entrevista recente, Connelly disse que a literatura policial, apesar de sua popularidade, ainda tem o "status de um cidadão de segunda classe nos EUA".
"Acho que muitos leitores não levam a sério livros brilhantes só porque são classificados como romances de mistério ou policiais", afirma. "Quando alguém me diz que não lê livros de mistério, estão me dizendo que não leem livros que refletem o mundo."
Entre os lançamentos mais recentes, Connelly destaca "Shortcut Man", de P.G. Sturges, e "The Ranger", de Ace Atkins.

O ESPANTALHO

AUTOR Michael Connelly
EDITORA Suma das Letras
TRADUÇÃO Cassio de Arantes Leite
QUANTO R$ 44,90 (384 págs.)


Texto Anterior: Tina Fey faz piada com autobiografia
Próximo Texto: Após despejo, IAC vai levar acervo para prédio da PUC
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.