São Paulo, segunda, 26 de maio de 1997.



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MUSEU
Residência do pintor ainda tem as mesmas características
Casa de Monet em Giverny revive ambiente de inspiração

MARTA AVANCINI
de Paris

A estação de trem Saint-Lazare retratada por Claude Monet em um quadro de 1877 é o ponto de partida para a viagem rumo ao universo pessoal do pintor. É dela que partem os trens com destino a Giverny, cidadezinha localizada a cerca de 20 km de Paris, onde o artista viveu e se inspirou para criar suas memoráveis ninféias e pontes japonesas. A inspiração vinha, literalmente, de seu quintal -o jardim da casa onde Monet viveu com a família entre 1883 e 1926 (quando morreu) acabou se tornando tema recorrente em sua obra. Hoje, a casa é um museu, e o jardim uma atração turística, depois de terem sido restaurados no final dos anos 70. A intenção é dar ao visitante a oportunidade de reviver, dentro do possível, o ambiente em que Monet viveu e trabalhou. A coleção pessoal de gravuras japonesas de Monet está pendurada nas paredes da casa exatamente como ele organizou. A vista que se tem do quarto onde o pintor dormia é a mesma da época em que morava lá. O jardim tem os mesmos tipos de plantas retratadas por Monet. A ponte japonesa e as ninféias estão lá, tal como ele as teria retratado. Marmottan
Depois de conhecer a estação Saint-Lazare ao vivo, o visitante pode conferir suas impressões com as do próprio Monet, no museu Marmottan-Claude Monet, em Paris. Dentre as cerca de cem pinturas de Monet em exposição no museu existe uma que retrata a estação Saint-Lazare. Vale a pena visitar o Marmottan não apenas porque ele tem uma das maiores concentração de obras de Monet em Paris, mas pela qualidade de sua coleção, que é importante por dois motivos. Primeiro, porque parte dela pertenceu a Michel Monet, filho do pintor. São retratos de família e registros de viagem, que possibilitam uma percepção da intimidade do pintor. Segundo, porque o Marmottan possui a obra que deu o nome ao Impressionismo, o quadro "Impressão: Nascer do Sol", de 1874. O quadro, que retrata um porto visto em uma manhã com névoa, foi exibido pela primeira vez em uma exposição organizada no estúdio do fotógrafo Nadar. Um crítico não gostou do título e o usou para criar uma expressão que tinha a intenção de ser pejorativa, mas que acabou dando o nome ao grupo, impressionistas.
Museu: Claude Monet Onde: Giverny, a 20 km de Paris (tel. 02-32-51-28-21) Horários: de abril a outubro, todos os dias das 10h às 18h, exceto às segundas-feiras Quanto: entrada, 35 francos (US$ 7); jardins, 25 francos (US$ 5) Museu: Marmottan-Claude Monet Onde: r. Louis-Bouilly, 2 (metrô Muette), Paris (tel. 01-44-96-50-33) Horários: todos os dias das 10h às 17h30, menos às segundas-feiras Quanto: 40 francos (US$ 8)



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