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POLÊMICA
Produtor acusa presidente da estatal de não manter sigilo sobre a auditoria no contrato de seu documentário
Barreto diz que vai processar Embratur
MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA
O produtor Luiz Carlos Barreto
diz que vai processar o presidente
da Embratur, Caio Luiz de Carvalho, por desconfiar que ele deixou
vir a público a informação de que
uma auditoria está sendo feita em
um contrato firmado entre sua
produtora e o Ministério do Esporte e Turismo.
Barreto foi contratado pelo ministério para fazer um curta-metragem de R$ 430 mil sobre os festejos dos 500 anos. O documentário, dirigido por seu filho, Fábio
Barreto, tem 20 minutos.
A Folha publicou anteontem
que o preço foi considerado um
exagero. Curtas são feitos no Brasil com orçamentos bem menores, de cerca de R$ 120 mil. O filme
produzido por Barreto será exibido apenas em TVs educativas.
Barreto diz que ficou "emocionalmente arrasado" com a publicação. "Jamais fui acusado, em toda a vida, de falta de correção."
Além do contrato de Barreto, a
Embratur mandou examinar os
sete trabalhos contratados pelo
ministério para os 500 anos.
O produtor defende o filme e o
preço cobrado. "Posso fazer um
curta-metragem por R$ 30 mil,
com apenas três pessoas. Mas não
fiz um documentário amador. Filmei sete horas, em película, imagens que farão parte de um banco
de dados e que poderão ser usadas daqui a 50 anos. Trabalharam
17 pessoas, com equipamentos de
última geração."
O filme vai ser finalizado nos Estados Unidos. Segundo o produtor, o que é bom, é caro. "Quando
fiz "Dona Flor e Seus Dois Maridos", produções eram feitas no
Brasil com US$ 250 mil. Eu gastei
US$ 700 mil. Coloco qualidade no
que faço. Existe uma diferença entre uma coisa semi-amadora e outra de qualidade excepcional",
diz.
"Se você contrata o chefe do botequim da esquina para cozinhar,
paga R$ 10. Se contrata o chefe do
Fasano (um dos restaurantes
mais caros de São Paulo), paga R$
100 mil. O governo queria um filme de qualidade e contratou o
maior produtor do Brasil."
Barreto diz que o orçamento para o filme foi aprovado pela Secretaria de Comunicação de Governo. "Apresentei um orçamento
até maior, de R$ 500 mil. Eles pediram para abaixar, e eu concordei, cortando equipes."
Ele não acha justo que, com o
filme já pronto, o preço seja questionado. "A Embratur que acuse a
secretaria de incompetente. Eu
apenas fiz o meu trabalho."
Caio Luiz de Carvalho, da Embratur, diz que "não há motivo"
para tanta irritação. "Não há desconfiança em relação ao Barreto.
Ordenei as auditorias porque a
polêmica gerada em torno das
festas dos 500 anos exige transparência sobre o dinheiro gasto. Não
há nada de pessoal na decisão."
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