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DECORAÇÃO
Em sua 17ª edição, mostra tem 110 ambientes de 140 profissionais
Casa Cor reaviva prédio do antigo hospital Matarazzo
ALEXANDRA MORAES
DA REDAÇÃO
Construído em 1904 por imigrantes italianos, o hospital Matarazzo (mais tarde chamado Umberto Primo), depois de mais de
dez anos desativado, transforma-se em condomínio residencial
com 110 espaços assinados por
140 decoradores, arquitetos e paisagistas. Sem moradores, mas
com uma alta expectativa de público -cerca de 100 mil visitantes
até o fim do evento-, o novo uso
se deve à 17ª edição da Casa Cor,
que junta em um só local apartamentos, espaços públicos, restaurantes, praças e lojas.
O diretor da mostra, Roberto
Dimbério, questiona o uso que
geralmente é dado ou pelo menos
pensado para espaços históricos.
"A primeira alternativa é sempre
transformá-los em espaços culturais e museus. Nessa região, por
exemplo, não precisamos de mais
museus. Há regiões carentes na
cidade, como Jardim Ângela, Itapevi, que precisam, e muito. Mas,
aqui, temos é de cuidar bem do
Masp", sentencia.
Para espaços como o Matarazzo
-e o antigo Asylu Sampaio Viana, no Pacaembu, onde a mostra
foi realizada no ano passado-,
Dimbério prefere propor a integração de apartamentos a espaços
comerciais e de convivência. "Há
um preconceito das pessoas
quando se trata de morar num lugar que já foi "outra coisa'", diz.
"No centro, há vários prédios antigos, mais verticais, que poderiam ter esse uso múltiplo."
O edifício onde funcionou o
hospital começou a ser construído em 1904, em estilo florentino, e
ganhou complementos até décadas depois, como o prédio da maternidade, erguido em 1943 à maneira das construções italianas da
década de 30. O conjunto foi tombado pelo Conselho de Defesa do
Patrimônio Histórico, Artístico,
Arqueológico e Turístico (Condephaat) nos anos 90 e foi desativado há dez anos -embora já tenha
abrigado a montagem de "O Livro
de Jó", do Teatro da Vertigem, e
seu entorno tenha servido de estacionamento, além da ameaça de
virar shopping e das invasões de
famílias de sem-teto.
Há espaços sui generis, como a
capela, construída em 1922, que
ganhou afrescos e flores brasileiras, um novo piso e novas cores
em suas volutas, restauradas. "Foi
mais uma "limpeza" da capela, que
era mais soturna, uma capela de
hospital mesmo", diz o decorador
e arquiteto José Antônio de Castro. No local, serão celebradas
missas aos sábados e domingos.
Quanto às tendências e cores
dessa 17ª edição, o diretor enfatiza
o cinza, a diversidade das propostas e a unidade em um aspecto: a
humanização do jeito de morar.
CASA COR 2003. Onde: antigo hospital
Matarazzo (al. Rio Claro, 190, Bela Vista,
SP, tel. 0/xx/11/3034-3707). Quando: a
partir de amanhã; de ter. a dom., das 12h
às 21h; até 9/7. Quanto: R$ 25 (R$ 20,
maiores de 60 anos; R$ 1, crianças de seis
a dez anos). Patrocinador: Deca.
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