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São Paulo, segunda-feira, 26 de maio de 2003

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DECORAÇÃO

Em sua 17ª edição, mostra tem 110 ambientes de 140 profissionais

Casa Cor reaviva prédio do antigo hospital Matarazzo

ALEXANDRA MORAES
DA REDAÇÃO

Construído em 1904 por imigrantes italianos, o hospital Matarazzo (mais tarde chamado Umberto Primo), depois de mais de dez anos desativado, transforma-se em condomínio residencial com 110 espaços assinados por 140 decoradores, arquitetos e paisagistas. Sem moradores, mas com uma alta expectativa de público -cerca de 100 mil visitantes até o fim do evento-, o novo uso se deve à 17ª edição da Casa Cor, que junta em um só local apartamentos, espaços públicos, restaurantes, praças e lojas.
O diretor da mostra, Roberto Dimbério, questiona o uso que geralmente é dado ou pelo menos pensado para espaços históricos. "A primeira alternativa é sempre transformá-los em espaços culturais e museus. Nessa região, por exemplo, não precisamos de mais museus. Há regiões carentes na cidade, como Jardim Ângela, Itapevi, que precisam, e muito. Mas, aqui, temos é de cuidar bem do Masp", sentencia.
Para espaços como o Matarazzo -e o antigo Asylu Sampaio Viana, no Pacaembu, onde a mostra foi realizada no ano passado-, Dimbério prefere propor a integração de apartamentos a espaços comerciais e de convivência. "Há um preconceito das pessoas quando se trata de morar num lugar que já foi "outra coisa'", diz. "No centro, há vários prédios antigos, mais verticais, que poderiam ter esse uso múltiplo."
O edifício onde funcionou o hospital começou a ser construído em 1904, em estilo florentino, e ganhou complementos até décadas depois, como o prédio da maternidade, erguido em 1943 à maneira das construções italianas da década de 30. O conjunto foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico (Condephaat) nos anos 90 e foi desativado há dez anos -embora já tenha abrigado a montagem de "O Livro de Jó", do Teatro da Vertigem, e seu entorno tenha servido de estacionamento, além da ameaça de virar shopping e das invasões de famílias de sem-teto.
Há espaços sui generis, como a capela, construída em 1922, que ganhou afrescos e flores brasileiras, um novo piso e novas cores em suas volutas, restauradas. "Foi mais uma "limpeza" da capela, que era mais soturna, uma capela de hospital mesmo", diz o decorador e arquiteto José Antônio de Castro. No local, serão celebradas missas aos sábados e domingos.
Quanto às tendências e cores dessa 17ª edição, o diretor enfatiza o cinza, a diversidade das propostas e a unidade em um aspecto: a humanização do jeito de morar.


CASA COR 2003. Onde: antigo hospital Matarazzo (al. Rio Claro, 190, Bela Vista, SP, tel. 0/xx/11/3034-3707). Quando: a partir de amanhã; de ter. a dom., das 12h às 21h; até 9/7. Quanto: R$ 25 (R$ 20, maiores de 60 anos; R$ 1, crianças de seis a dez anos). Patrocinador: Deca.


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