DA REPORTAGEM LOCAL

Pernambuco deu a largada ontem para o seu sétimo Festival Internacional de Humor e Quadrinhos. Apesar da variedade de nacionalidades entre os 190 concorrentes aos prêmios de charge, cartum, caricatura e quadrinhos, o sotaque da vez é o francês.
O acento se justifica graças à escolha do júri e convidados do evento, que incluem os quadrinistas Jano, autor do retrato recente do Rio de Janeiro na coleção "Cidades Ilustradas", e Stéphane Heuet, mais conhecido por estar adaptando o romance "Em Busca do Tempo Perdido", de Marcel Proust, para a linguagem das histórias em quadrinhos.
Além de exposições temáticas de seus trabalhos, os artistas têm um encontro com o público do festival amanhã, às 19h.
Hugues Henri, responsável por levar a obra de Jorge Amado às HQs em "Capitão de Longo Curso", completa a "missão francesa" do evento, que tem ainda, entre os convidados internacionais, o cartunista americano Daryl Cagle, do jornal "Washington Post" e editor da revista eletrônica "Slate", e o cubano Osmani Simanca.
Também integrantes do júri de premiação, Cagle e Simanca participam de um debate aberto ao público hoje, às 19h, com o tema charge política na imprensa.
A programação completa do festival, que se estende até 3 de julho, conta ainda com uma série de oficinas com artistas do traço brasileiros, como Lélis, Guazelli, Biratan Porto e outros.

Premiados
Em uma votação que durou seis horas, realizada anteontem, o júri premiou a charge de Dálcio Machado como o melhor trabalho na categoria neste ano. Chargista do "Correio Popular" de Campinas, Machado já havia vencido as edições de 2001 e 2002 do prêmio.
Pavel Constantin, da Romênia, foi o vencedor na categoria cartum -que se diferencia da charge essencialmente por não se atrelar a um fato histórico específico.
A melhor caricatura foi de Júnior Lopes, que, com uma colagem de tecidos, retratou o percussionista Naná Vasconcellos. Em edições anteriores, o artista não teria levado o prêmio, já que trabalhos em técnicas que não os tradicionais papel e lápis (ou tinta) eram desclassificados pelo júri.
Por fim, outro paulista foi escolhido vencedor na categoria histórias em quadrinhos: Leonardo Aragão, seguido por menções honrosas ao mineiro Lélis e Luis Eduardo Crepaldi, também de São Paulo. (DA)