DA ENVIADA A CANNES

O cineasta norte-americano Tim Burton foi dos primeiros a chegar para a sessão do curta brasileiro "Justiça ao Insulto", de Bruno Jorge, na manhã de ontem, em Cannes.
Burton é jurado da mostra competitiva da Cinéfondation, na qual Jorge compete com outros 15 diretores, de diversos países. A Cinéfondation é uma instituição do Festival de Cannes dedicada à descoberta de talentos entre estudantes de cinema.
Cada cineasta foi chamado ao palco da sala Buñuel para apresentar seu curta. Jorge foi sucinto em seu discurso, apenas agradecendo a presença da platéia e se dispondo a conversar com os interessados ao final.
"Justiça ao Insulto" foi bastante aplaudido. O filme mostra uma batalha particular entre dois desconhecidos que se encontram na platéia de uma sala de júri, aguardando para assistir à sessão de julgamento.
Interpretado por Maurício Marques, um homem branco e portador de deficiência física (não tem uma perna) pede a um espectador negro (Guilherme Sant'Anna) que o insulte.
A recusa do pretenso agressor é insistentemente questionada pelo candidato a agredido. Seria um comportamento de falso pudor, típico de quem pratica uma filantropia de butique, ou seja, apenas para alívio da consciência.
"Gostei de recepção. Muitas pessoas vieram conversar comigo depois", disse Jorge, pernambucano radicado em São Paulo, onde o filme foi rodado. Hoje, estuda direção de documentários em Paris.
O júri da Cinéfondation premiará os três melhores curtas. O resultado sairá hoje.


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