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Museu espanhol celebra aniversário com arte latina
Mostra reúne trabalhos de 40 artistas para ressaltar presença no acervo
Leonilson e Rivane Neuenschwander são alguns dos brasileiros com obras expostas em León, na Espanha
FABIO CYPRIANO
DE SÃO PAULO
O Museu de Arte Contemporânea de Castilla e León
(Musac), sediado em León,
faz hoje seu quinto aniversário e, em comemoração,
apresenta apenas obras de
artistas latino-americanos.
A exposição "Modelos para Armar" reúne cerca de
cem trabalhos de 40 artistas,
entre eles os brasileiros Rivane Neuenschwander, Leonilson e Rosângela Rennó.
A exposição é inspirada
em "62/Modelo para Armar",
livro do escritor argentino Julio Cortázar, e visa ressaltar a
forte presença latino-americana na coleção do Musac.
"Há três anos, quando foi
feito um balanço das obras
da coleção, percebemos que,
mesmo diante de outros contextos geográficos como o
asiático, o Musac tem uma
grande representação latino-americana, ao contrário dos
museus espanhóis e mesmo
de alguns europeus", conta
Agustín Pérez Rubio à Folha
por e-mail.
Além de "Modelos para Armar", o museu apresenta
também a mostra "Para Ser
Construídos", com cinco artistas que vivem no Brasil,
mas são de outros países, como os argentinos Nicolás
Robbio e Carla Zaccagnini e o
americano Marcius Gallan.
Completam ainda a exposição Marcelo Cidade e André
Komatsu, ambos nascidos
em São Paulo.
LEONILSON SOLO
A exposição "partiu da
crença de que o que está se
produzindo no Brasil atualmente merece um foco de
atenção", diz Rubio.
Essa visada latino-americana tem a ver com a constituição do Musac: sua curadora é a colombiana Maria Inés
Rodríguez e, no comitê assessor da coleção, estão José
Guirao e Octavio Zaya.
Ambos, em 2000, quando
trabalhavam no museu Reina Sofía, em Madri, organizaram "Versiones del Sur", a
mais importante mostra de
arte latino-americana na Espanha até então.
Em dois anos, o Musac irá
apresentar também uma retrospectiva somente com
obras do artista brasileiro
Leonilson (1957-1993), a primeira na Espanha.
"Acredito que ele seja uma
figura tão importante que pode ser revisto do mesmo modo que foi feito com nomes
como Hélio Oiticica, Lygia
Clark e Lygia Pape. Assim, o
Musac pode ter um papel valioso em reposicionar Leonilson no restante da Europa",
afirma o diretor.
"Modelos para Armar" fica
em cartaz até 9 de janeiro, período considerado longo. O
motivo, contudo, é a forte crise econômica que a Espanha
atravessa e que levou o museu a reduzir o ciclo de mostras anuais de três para duas.
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