São Paulo, sábado, 26 de junho de 2010

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Museu espanhol celebra aniversário com arte latina

Mostra reúne trabalhos de 40 artistas para ressaltar presença no acervo

Leonilson e Rivane Neuenschwander são alguns dos brasileiros com obras expostas em León, na Espanha

FABIO CYPRIANO
DE SÃO PAULO

O Museu de Arte Contemporânea de Castilla e León (Musac), sediado em León, faz hoje seu quinto aniversário e, em comemoração, apresenta apenas obras de artistas latino-americanos.
A exposição "Modelos para Armar" reúne cerca de cem trabalhos de 40 artistas, entre eles os brasileiros Rivane Neuenschwander, Leonilson e Rosângela Rennó.
A exposição é inspirada em "62/Modelo para Armar", livro do escritor argentino Julio Cortázar, e visa ressaltar a forte presença latino-americana na coleção do Musac.
"Há três anos, quando foi feito um balanço das obras da coleção, percebemos que, mesmo diante de outros contextos geográficos como o asiático, o Musac tem uma grande representação latino-americana, ao contrário dos museus espanhóis e mesmo de alguns europeus", conta Agustín Pérez Rubio à Folha por e-mail.
Além de "Modelos para Armar", o museu apresenta também a mostra "Para Ser Construídos", com cinco artistas que vivem no Brasil, mas são de outros países, como os argentinos Nicolás Robbio e Carla Zaccagnini e o americano Marcius Gallan.
Completam ainda a exposição Marcelo Cidade e André Komatsu, ambos nascidos em São Paulo.

LEONILSON SOLO
A exposição "partiu da crença de que o que está se produzindo no Brasil atualmente merece um foco de atenção", diz Rubio.
Essa visada latino-americana tem a ver com a constituição do Musac: sua curadora é a colombiana Maria Inés Rodríguez e, no comitê assessor da coleção, estão José Guirao e Octavio Zaya.
Ambos, em 2000, quando trabalhavam no museu Reina Sofía, em Madri, organizaram "Versiones del Sur", a mais importante mostra de arte latino-americana na Espanha até então.
Em dois anos, o Musac irá apresentar também uma retrospectiva somente com obras do artista brasileiro Leonilson (1957-1993), a primeira na Espanha.
"Acredito que ele seja uma figura tão importante que pode ser revisto do mesmo modo que foi feito com nomes como Hélio Oiticica, Lygia Clark e Lygia Pape. Assim, o Musac pode ter um papel valioso em reposicionar Leonilson no restante da Europa", afirma o diretor.
"Modelos para Armar" fica em cartaz até 9 de janeiro, período considerado longo. O motivo, contudo, é a forte crise econômica que a Espanha atravessa e que levou o museu a reduzir o ciclo de mostras anuais de três para duas.


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