Sem seu violoncelista titular, famoso quarteto de cordas russo também apresenta nesta noite composição de Stravisnki

O pianista Jean Louis Steuerman é o convidado do grupo no sábado; músicos executarão em setembro a obra de Chostakovitch

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Quarteto Borodin chega ao Brasil desfalcado. Único membro fundador do grupo ainda em atividade, o violoncelista Valentin Berlinski, 81, adoeceu, e acabou substituído por Viatcheslav Mariniuk.
Da formação que toca hoje e sábado no Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, o "spalla" é o letão Ruben Aharonian, 59, membro do grupo desde 1974. Em 96, entraram os dois musicistas remanescentes, o segundo violino Andrei Abramenkov, 71, e o violista Igor Nulin, 37.
"No começo, era uma responsabilidade muito grande entrar em um grupo que foi fundado antes de eu nascer", lembra Nulin, aluno de Dmitri Cherbalin, seu predecessor na viola do Borodin.

Homenagem
Criado em 1945, como Quarteto da Filarmônica de Moscou, o conjunto adotou seu nome atual dez anos mais tarde, em homenagem a Aleksandr Porfirievitch Borodin (1883-1887), químico de formação que se transformou em um dos principais compositores da escola nacionalista russa.
O grupo, que lançou em 2005, pela Chandos, a integral dos quartetos de Beethoven, toca hoje à noite Mozart, Stravinski e o segundo quarteto de Borodin, ficando para o sábado uma apresentação com o pianista carioca radicado em Londres Jean Louis Steuerman.
Tido como o mais significativo representante da escola russa das cordas no terreno da música de câmara, o Borodin empreende, em setembro, um projeto ambicioso: executa, em Moscou, a integral dos 15 quartetos de Chostakovitch, no âmbito das celebrações do centenário de seu nascimento.