São Paulo, domingo, 26 de julho de 2009

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crítica

"Caligari" engendra insânia na busca por poder desmedido

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

A arma do dr. Caligari é a hipnose. Esta que Freud rejeitara em favor da livre associação como método terapêutico se torna aqui método de dominação.
O essencial dessa ideia vem do roteirista Carl Meyer, que tinha ódio especial pelos psiquiatras, em cujas mãos sofrera durante a Primeira Guerra.
Valeu a pena, pois "O Gabinete do Dr. Caligari" (TC Cult, 22h; 12 anos), filme inaugural do expressionismo alemão, continua uma obra viva, em que a busca de um poder desmedido e contra os homens engendra ela própria a insânia.
É fato que este filme teria sido mais do que é caso dirigido por Fritz Lang (que criou, pouco depois, o mais demoníaco dos homens: o dr. Mabuse). Mas o filme de Robert Wiene permanece um momento especial, em que, talvez pela primeira vez, se prefigura a futura loucura alemã, chamada, como se sabe, de nazismo.


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